julho 28, 2013

QUANDO ELA ESTUDA - 28/07/13


            É sempre assim!  Diuturnamente estudando, colhendo momentos para a aprendizagem tal qual um agricultor espalhando sementes em um imenso campo arado e preparado para tal.
            Não sabe exatamente se houve essa preparação, mas ainda assim insiste em semear estudos. Acredita que num futuro próximo encontrará por certo o resultado das práticas. Já começa a colecionar alguns êxitos, porém, nada perto do que pretende.
            Não se reconhece ambiciosa, já que o conhecimento está disponibilizado para quantos queiram. Basta fazer uso dele! São práticas solitárias, que exigem algumas renúncias, até mesmo do dia de sol que invade a janela e convida para estar com pessoas queridas.
            Tem por bem tentar conciliar os pequenos prazeres, como a rotina “hard- pesada” de estudos, que não acha assim pesada, pois gostaria de ser pesquisadora, e neste caso estaria disponível para estudos por longos períodos e com a felicidade ao lado, já que faria o que realmente gosta.
            No entanto, no meio deste caminho existem pedras, e não apenas uma como no caso do poeta, não valendo aqui uma analogia sobre o tamanho, a dificuldade de transpor etc.

            Mas, se ao estudar lhe descortinam horizontes, sua amplitude de visão abre-se para além do barulho insistente do seu ouvido direito, então está tudo de bom tamanho de forma a ter certeza de que não existe outro caminho que não este; imersa em tendências que casuisticamente caem na sua caixa de e-mail, levando-a novamente a crer quem sabe, numa nova fórmula sobre como viver melhor, satisfazer suas vontades, ter saúde e disposição plenas e manter-se em paz com seu espelho não mais famigerado nem pronto para devorá-la, eis a questão. 

julho 21, 2013

EM HIPÉRBOLE - 21/07/13






            Hipérbole é sabidamente uma figura geométrica representada por uma curva que pode ter seu foco no eixo de x (na horizontal) ou no eixo de y (na vertical). Isto determinará se a curva terá cavidade para esquerda ou direita, para cima ou para baixo.                                               É assim que se sentem muitos brasileiros em relação à política mundial atual. Mais especificamente, em hipérbole no eixo de Y, abaixo do eixo de x, naquela posição em que Napoleão perdeu a guerra. 
      Somos invadidos virtualmente, quem sabe especulados, talvez até monitorados, e ninguém reclama disto. Porém, reclamam da possibilidade de vinda de mais médicos para o país, atendendo em zonas onde não há mão-de-obra.
            Para tudo existem dois lados. No entanto, a necessidade obriga definições de forma a abrir ou fechar perspectivas profissionais. É como utilizar-se de limão para tratar o estômago; para uns será eficaz, usufruindo de muitas benesses deste produto com inúmeras propriedades; já outros, devido à acidez, terão o estômago piorado e de nada adiantará. É assim numa medida política absolutamente necessária, desconexa e atrasada.
         Está correto que não existem condições adequadas de trabalho. Não está correto o cidadão dirigir-se ao posto de saúde e não ter nenhum médico para atendimento.
Daí, a hipérbole começa a se formar (na pior das posições) fragilizando todo um sistema que não pode ser frágil.

Esta lógica já extrapolou sua aplicação e não encontra respaldo em nenhuma equação a não ser com resultado tendendo para o infinito ( ). Tendo em vista que a necessidade vem desde ontem, começar de alguma forma é melhor do que não mexer de forma nenhuma.

julho 15, 2013

CRIAÇÃO - 14/07/13



            Criação é processo difícil, que exige dedicação, porém, uma vez tentado o retorno será certo. Criar é olhar para o resultado e satisfazer a alma com tamanha intensidade que nem o dinheiro nem o amor propiciam.

            É exatamente aquele momento em que a persistência impele para uma prática como fosse um ritual. Não se encontram causas ou qualquer associação que identifique a hora da criação; ela simplesmente surge. E na sua generosidade, vem para todas as pessoas indistintamente.

            Ocorre, entretanto, que nem todas as pessoas captam sua chegada quer porque não vigiam quer porque não consideram importante essa abordagem nos seus dias. O fato é que criar é possível para todos, cada qual dentro da sua tendência.

            Assim, impulsionando uma criação de desenho, por exemplo, o que há de melhor é trabalhar, refinar, alterar traçados, testar lápis, pastéis e suas texturas, bem assim experimentar tipos diversos de papéis. Chame a isto de técnica que aproveita da inspiração para criar.

            Depois de criado, há sempre algum detalhe que poderia ser melhor trabalhado. E para van Gogh e os impressionistas, por exemplo, a desconstrução, a indefinição ou confusão de um traço constitui-se no estilo peculiar, capaz de identificar. É assim também com o “impasto”, uma técnica que acumula sobremaneira a tinta na tela, atribuindo efeitos inimagináveis.

            Observar e apreciar técnicas diferentes de desenho, pintura, escrita, música e tantas outras manifestações artísticas, vem para o artista como alimento que nutre e define sua técnica.

            Então, munido de informação sobre como fazer, o que não é suficiente para acontecer a criação, vem a vigília, bem ali à espreita pela inspiração, quase sempre em momento de solidão para sua captação. E a arte manifesta-se desencadeando no vigilante uma vontade de expressar aquilo que percebeu de forma tão imediata e urgente, antes que se perca no vazio do descaso e das coisas comuns.

julho 07, 2013

PROCURAÇÃO ENGAVETADA - 07/07/13



            Pronto! Procuração engavetada. O prazo está vencido e de agora em diante ninguém a ser representado, exceto pela vontade de viver em harmonia, ainda que somente consigo mesmo.

            Foi assim a despedida da representação pessoal para assuntos de comportamento e de postura diante da vida. Vencida a procuração, o que agora há para se fazer é colocar em prática tudo quanto fora aconselhado.

            E para tal, que seja um começo diante de dificuldades familiares que não encontrando solução, apenas deixa o tempo passar... Talvez assim, venha um refluxo da maré, embora distante do mar, que possa amenizar maus entendidos.

            O fato é que a partir de agora, não existe mais a possibilidade de consulta, tal qual aos dicionários, onde se busca o verdadeiro significado para esclarecer o que fora dito ou escrito.

            Então, de posse dessa procuração vencida e engavetada, o norte vem de forma contundente, desencadeando novas possibilidades de vida, em outros lugares, com novos desafios, talvez até mais difíceis do que os daqui, porém, sempre novos.

            O que resta dessas avaliações em via de regra são o olhar antes embaçado sobre as pessoas, de forma complacente, tentando evitar o entendimento claro de não ser ali querido. Olhar no olho do outro e ver-se menos querido do que supunha é sempre difícil; exige coragem e vontade de buscar senão uma reversão da situação, ao menos um outro lugar para tentar-se querido.

            Quando a procuração vai para a gaveta, e a certeza restada ao final é de ir embora e recomeçar tudo em outro lugar, então ir sem culpa é a melhor opção, aquela que diz para ser esperto na vida, não demonstrar tantas fraquezas por faltas quase tão doídas quanto a de comida, de casa, de referência familiar, de dinheiro, de trabalho.

            O que serve de alívio é saber que não poderia contar por toda a vida com um procurador para assuntos de cunho emocional, a não ser temporariamente, até que vire a página da história e recomece outra, seja onde for...