novembro 27, 2011

BUSCA CONSOLIDADA – 27.11.11



Foi à noite, ali, diante da televisão que mais uma vez vi Alice mudou de ideia. Não queria mais escrever... Pensou que fosse hora de parar. E isto lhe pareceu claro quando da decisão.
De repente, descobriu que a sua fome é de conhecimento. E acaba de saber que isto será cada vez mais buscado e por consequência natural, mais caro. Já tem sentido isto nos seus bolsos e ainda assim, insiste em manter esse hábito de adquirir conhecimento.


Está em processo de análise das suas posições. E para tanto, precisa saber se esta vontade de correr sem saber para que lado, é comportamento normal ou uma sequela que a solidão muita vez impõe aos que se engendram em buscas pelo novo, difícil, em alguns momentos intangível.


Acaba de descobrir que quando foge do sofrimento maior este se faz, porque além de carregá-lo, carrega também o peso da fuga. Não entende muito bem porque tem deixado as pessoas dizerem o que tem a fazer para aproveitar bem a vida no atual momento de vida mais consolidado.


Está buscando aplicar o conhecimento na vida cotidiana, já que acredita não ter se dedicado em vão todos esses anos à filosofia e literatura, embora reconheça suas limitações. Passear pelas ruas e praças, já é uma vigem única.


Aprendeu hoje que a estética salva as pessoas, ou ao menos ensina-lhes a conviver com o sofrimento e até com a beleza, que também pode ser fonte de sofrimento. Viu-se reflexa num espelho, provavelmente deixado no seu quarto inspirada por Nietzsche,


Realizou-se hoje quando viu na televisão que o sonho de consumo do mundo contemporâneo já começa a se revelar como sendo o que acreditava: o de consumir conhecimento, estética, cultura, e não mais carros, bolsas, roupas e marcas.


Aprendeu ainda, a diferença entre competição, que é saudável na medida em que promove disputa entre iguais, e ações sem ética que tentam derrubar o colega, passando como trator com a função de derrubar algo pela frente.


Por conseguinte, concluiu que está no caminho certo ao buscar conhecer-se melhor, respeitar suas vontades e investir naquilo que considera salvar sua vida das influências que levam ao vazio mais íntimo do ser humano.