novembro 27, 2010

OPERAÇÃO PAPAI NOEL- BUM – 27.11.10

Natal chegando e alguns órgãos públicos e outros privados começam a movimentar-se para que tenhamos mais um ano terminado ao som da benevolência a que muitos se candidatam buscando talvez, remissões de culpa por terem sido bons ou maus durante todo o ano prestes a terminar.


E para completar o período com ações que vêm redefinir quem manda e quem obedece, a qual defino “Operação Papai Noel-Bum”, vejo mais um ícone sumindo do meu raio de visão, sem que eu possa dele me valer como a oportunidade que teria efetivamente buscado para praticar sobre os efeitos da guerra naqueles que partem para a luta armada, bem assim sobre todo o resto que aguarda ansiosamente pelos comentários e sequência de sucessões do outro lado momentaneamente confortável e amplamente informado.


Não fosse pelo trabalho por terminar, provavelmente estaria investida em meio à guerra que se insurge, levando em punho caneta, lápis, papel e note book para não apenas angariar meios de observar os efeitos da guerra nas pessoas envolvidas, no caso em tela, os brasileiros desta imensa nação, mas também entender porque as pessoas ficam mais agressivas quando falam da guerra próxima de si. E mais, estaria tendo a oportunidade “in loco” de escrever um livro, juntamente com os muitos que dali surgirão, servindo como base num futuro próximo para os remanescentes de “Tropa de Elite I e II”, desta feita sem briga para piratear, vez que a observação “in loco” tem o sabor que nem mesmo a sétima arte pode propiciar.


Novamente, como sempre acontece com a desgraça alheia, muita gente dela vem se beneficiar, seja prestando trabalho especializado ou arriscando a vida, seja valendo-se da oportunidade de produção de textos ou até mesmo, buscando experiência através da dor do infrator em oposição à dor do punidor, de cuja tarefa não pode se esquivar.


Neste plano arquitetado à luz do serviço de inteligência, hoje balizado em prol da assertividade, muitos inocentes, alguns incautos, outros inconsequentes, misturam-se numa composição que não é fina, mas que parece digerível pela sociedade insegura e refém de mãos tão ansiosas por bens, apesar da ausência de serviços prestados, vez que apenas aliciam.


Vemos renascer a força da antropologia, da psicologia e da sociologia, que há muito previam tal manifestação, embora nunca fossem levadas a sério. Agora, de posse das previsões que se concretizaram, finalmente parte o país para a luta armada oficial para todo o limite territorial, extraterritorial e até extra-sensorial, já que não importa mais ao país comandar operações onde a porção da sociedade desconheça, ou finja desconhecer. Não! Agora é de conhecimento geral e todos assumimos os riscos e benefícios desta guerra. Embora saibamos que para uma guerra se é convocado, não consultado.


Dos efeitos iniciais mais retumbantes observados, os mesmos brados do hino nacional que ora são floreados por escopetas, transferências por via aérea de bandidos escoltados e seguros de uma forma tal que atribui a nossa Constituição Federal, a magnitude de assegurar princípios e direitos fundamentais a todo cidadão, e com ênfase ao cidadão marginal, restando como enquete: que poder constitucional é esse que mesmo sem o brilho da vida do indivíduo infrator, atribui uma outra vida àqueles que optaram pelo comércio ilegal como único nicho que pudessem vislumbrar em suas carreiras de comerciantes feitos por si sós?


Talvez, depois de uma luta armada com plateia se posicionando contrária à pratica criminal, possam as partes compor uma suspensão, ou quem sabe uma prorrogação que alastraria sofrimento maior, ou, por outra, poderia ainda a parte infratora que parece perder espaço, fazer-se de morta, tentando inserir-se no mundo dos normais, opção que aliás, já correu pelos quatro cantos dos morros, se é que lá existam cantos, além daqueles dos galos, noites e quintais,e portanto, suscetível de fracasso. Entretanto, podem os marginais esqueceram de uma negociação; isto é contra o princípio da guerra contra marginais.


A mim, que perco mais uma temporada de dados narráveis com o requintado efeito surpresa na calada da noite por não estar próxima dos acontecimentos quanto desejei, quando somente o Noel se preparava para apresentar, contento-me em solidificar num primeiro ímpeto, uma antecipação do bom velhinho em terras inóspitas, demonstrando que este também pode ser cruel para com seus netinhos que não foram bonzinhos durante o ano; hou, hou, hou.

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novembro 08, 2010

UM HOMEM SENSÍVEL – 08.11.10


É tão absurdo de imaginar. É tão avassaladora esta constatação, que algumas mulheres, buscando talvez proteção, como os cuidados que as mães erroneamente costumam dedicar às filhas, desencadeando mais tarde uma capa neutralizadora dos efeitos de buscar e encontrar nosmomentos mais raros de exposição, um homem sensível.

A educação molda o caráter; e isto continua uma verdade. A experiência de vida domestica o egocentrismo; e isto prevalece por sobre as cabeças que reconhecem-se pequenos grãos utilizados, sabe se lá por quais forças.

Mas, a masculinidade implica liberdade. Ela ainda é o símbolo mais perfeito e mais completo desta porção social. Mas, no entanto, a mulher acaba por descobrir que também pode ser livre, guardadas as devidas proporções estruturais, sabidamente organizada para ser assim. É o que define o equilíbrio através dos opostos.

Poxa, mas daí a sair em busca do que querem as mulheres! Isto soa para Alice como o auge da sua constatação de que um homem que se faz feio, nada atraente, pode perder peso, se a personagem parecer real, ou envelhecer com todos os achaques e comportamentos dignos de um “expert” em vivência.

Alice achou um homem sensível que não é “gay”. Acredite, com todas as sutilezas e simplicidades que enriquecem suas personagens. Teria Alice agora, o enorme trabalho de refazer seus teoremas, todos com embasamento na vida real, concluindo de forma cabal pela supremacia do homem sensível sobre os demais seres humanos, ultrapassando em muito a própria sensibilidade feminina.

Um dado não alterou em sua pesquisa, já que ele é artista. Pisto é quase um pressuposto inerente a esta busca. Para Alice, é o melhor artista nacional, digno de laboratório que compõe personagens capazes de embasbacar Machado de Assis. Considere que a maioria avassaladora feminina não reconhece a atualidade sempre presente naquelas obras. Considere também, que a porção feminina esqueceu-se das benesses de tal sensibilidade. Outra porção desconhece.

Então, de repente, ao presenciar alguém assim, acabado de sair de dentro de um livro de literatura, com seu estilo que não busca estilo, mas que investe no pensamento acerca do mundo, e ainda mais, no universo feminino sem se afeminar, chame a isto a proximidade da perfeição masculina.

Mas, Alice que também é mulher, não havendo como negar suas características femininas, mesmo porque não tem porquê paira isto, então ela reconhece um furo no seu teorema, agora embasado e concluído com uma verdade óbvia: ele busca a essência perdida feminina.

E sabe exatamente como buscar ao fazer-se feio, exótico, estravagante, incomum, casual, escondedor dos próprios talentos, malabarista de questões cruciais, sabendo jogar a ideia na cabeça feminina, de forma a convencê-la do seu poder e que não tem qualquer pretensão de ser poderoso. Seria um antiherói surgido das cinzas?

Não! Alice acaba de descobrir que viver em busca de um ser assim pode ser perigoso, frugal. É tanta perfeição que devemos, na nossa prudência de berço, apenas olhar, colocando-nos a imaginar inúmeros defeitos que um artista sensível deve ter desenvolvido ao longo dos anos.

Não deve ter organização; também não deve saber lidar muito bem com finanças. Quem sabe esconda alguma anomalida ou defeito físico que compense arquitetando seus talentos? Quem sabe!

Entretanto, por derradeiro, ainda que no imaginário de Alice a perfeição não exista, por ora se satisfaz ao ter chegado perto do exemplar mais próximo do que tem adicionado ao seu teorema visando atingir o homem atípico do nosso tempo, que não se aniquila ante muito trabalho, que não teme começar de novo e reconhece as fases da lua interferindo no humor, na predisposição e no raciocínio feminimo, ora tão visceralmente esquecido, anulado, vilipendiado, sobretudo pela maioria masculina capaz de igualar toda uma porção distinta, oposta e insatisfeita da nossa sociedade.

novembro 06, 2010

EM DIAS DE REVISÃO – 06.11.10

É dia de chuva. Lá fora os barulhos são os mesmos de todos os sábados. A vizinha reclama em altos brados com seu filho, não chegando a durar nem incomodar. Mais distante, a casa mais festejada da rua destila no ar uma música que a mim chega abafada, não identificada, graças a Deus, porque a qualidade musical não é das melhores.

Começa a anoitecer em um dia que esta transição pouco importa, já que o dia se manteve em tons de cinza claro, passando eventualmente ao escuro. A música aumenta na casa vizinha, precavendo-nos a todos os demais que não temos motivos para comemorar, que talvez será sábado com churrasco, péssima música, muita cerveja, imaginando daqui se a carne deve ser boa ou não.

Volto ao trabalho lúcubre, como são todos os que nos exigem análise imediata da sua aplicabilidade correta ou que já deveria ter sido removido do meu chip mental. Mas este também necessita reparos; seria uma troca de silício? Creio mais na troca do próprio chip. Não será uma troca simples de ser feita. Esta exige intervenção cirúrgica que retire lá bem perto do cérebro, talvez no cerebelo, certo equipamento que reclama todo dia por um dicionário novo, atualizado segundo as novas velhas correções que finalmente sairam tarde do papel, já nos colocando em espera por uma outra nova mudança ortográfica, que deverá estar projetada em breve, entrando em efetiva atividade daqui a 50 anos aproximadamente. É o ritmo das nossas mudanças ortográficas.

Sendo assim, meu chip deve aguentar assim cançado um pouco mais. Considero a vida paulatinamente morna neste dia, sendo mais um daqueles momentos não emergenciais, onde tudo transcorre fora da normalidade corrida do cotidiano. Em qual gaveta tranquei os problemas urgentes, que consomem meus dias desde às 6:30 horas, indo parar por volta de 23 “at night”?

Penso que deveria memorizar no chip cançado, qual a gaveta tem poderes para trancar, ao menos neste sábado, as decisões urgentes, as análises e probalidades de uma internet móvel que não sendo tão móvel, já que preciso dela aqui no mesmo lugar, vez que ainda não consegui entrar no estado que tanto desejo de ser nômade. Fixa que estou com minha net, acabando de descobrir que nesse exato ponto a cobertura 3G não é atingida, repenso um contrato de renegociação.

Assim, acabo de deparar com um problema emergencial circunstancial que deve perdurar por longos telefonemas com gravações automáticas, as quais nem posso recusar. Mas, a vida também é feita de sábados sem sol, com problemas que trancamos na gaveta como presenteássemos a nós mesmos com meio sábado de descanso, já que amanhã o dia promete ter trabalho pesado, começando pela esteira, passando por alongamento dos neurônios, seguidos de efetivo trabalho normal de todo dia, com ou sem sol.

Então, o que resta em um dia de revisão, é nada além de fingir que descansa enquanto tenta reformular novas abordagens para a solução dos problemas de ordens diversas. Chame a isto pragmatismo adquirido ao longo de anos de trabalho, capaz de provocar disposição incondicionada. Se isto é bom ou ruim não há como mensurar; é apenas um dia de revisão.