VOZES MASCULINAS – 26.03.11
E o Zeca Baleiro, com voz de menino manhoso, combinando numa proporção indefinível indo do nasal para o oral sem grande esforço, aliando obviamente, a poesia que lhe é peculiar, confundindo-se com a própria pele.
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É por assim dizer, uma moça que busca ser sofisticada sem o ter sido por criação. Vem de uma família muito simples, o que não tenta ocultar, porém não diminui em nada na sua busca pelo respeito e consolidação de posição.
Quer respeito pelo seu trabalho. Gosta do título pesquisadora de doenças tropicais; as endêmicas como gosta de fazer referência. Chame a isto um resquício da sua origem que não quer ver dissipado, mas quer participar rumo à solução desses problemas. Sobretudo por afetar os mais pobres, sem condição para um bom tratamento.
Por um lado prepara-se para morar no Japão, independentemente dos pedidos familiares sobre a desistência da ideia. Basta apenas confirmar se Tóquio continua de pé e habitável. Não sofrerá interferência de quaisquer pedidos sobre uma mudança de planos. Vai até a África como fosse na esquina comprar um pão diferente para as refeições prediletas; o café da manhã e tarde.
Por outro lado, quando se esquece das vítimas de doenças endêmicas na população tropical, busca pela juventude estampada na cara de menina, trazendo na bolsa e eventualmente, presenteando familiares com sua “eau thermale”- água de termas que traz sempre na bolsa para renovar a pele em meio à poluição a que estiver submetida.
Diz com tranqüilidade que a briga no mundo gira em torno da água e que água de termas no rosto é o melhor tratamento para rejuvenescer. Diz isto enquanto borrifa o spray que retira da bolsa, como fizesse uma demonstração para que todas as mulheres presentes aprendam e repitam a operação.
Não deixa muito claro os detalhes para que sirva de instigação e busca, já que a internet está aí para facilitar a vida de qualquer pesquisador de coisas sérias e também das frugais.
Sua dúvida gira em torno do gostar; não sabe se ama mais as pessoas que deve amar ou o seu trabalho. Poucas pessoas gostam tanto do que fazem e ela gosta ao ponto de dedicar horas a mais no seu trabalho.
Tem sido a pressa de viver motivo de controvérsia sobre a qualidade de vida da qual devem cuidar aqueles que pretendem chegar inteiros se o nível de saúde for utilizado para identificá-los num futuro que para Alice chega mais rápido do que conviria aos seres normais finitos e sem tempo para muita coisa nesta vida.
Para ela, se o dia constasse de algumas horas a mais, ela não acharia ruim. Tanto é assim que seu computador sofre diretamente esses reflexos. A moça abre n janelas e quer todas em plena atividade a um toque do mouse.
De tudo que não pode digerir aprendeu de início a dizer que não gosta; em segundo aprende mesmo a não gostar; em terceiro, desgostada que se faz daquilo que não é para ela por um motivo qualquer, lança mão na maior naturalidade de outra coisa que substitua tal abstenção.
Isto vale para comida, roupas, coisas em geral e até mesmo pessoas. Adora escrever enquanto seu “média player” exibe a próxima faixa da Amy. De vez em quando, Alice perde-se pensando no tempo em que ouvia rádio e ficava torcendo para que o locutor parasse de falar e colocasse música. Hoje, não por acaso odeia rádios e telefones, ambos por contato intenso enquanto trabalhava.
Assim, pode hoje administrar melhor o seu tempo, escolhendo as músicas exatas ao seu gosto e ao parco tempo para delas desfrutar. Quanto ao fone, basta esquecer desligado e pronto.
A última busca em favor do tempo que nunca a satisfaz, não entendendo bem porque as pessoas ao redor não reclamam disso é a de querer um dia com as quatro estações, com tempo para estudar de tudo, inclusive curiosidades e talvez, encontrar alguém cujo relógio biológico igualmente a ela clame por atividade e muito mais tempo para viver.
Entende que isso é pressa. Aceita o fato anômalo, porém, inerente a ela sem que com isto consinta ou disto participe. Apenas aprendeu que a entrega garante o sucesso do empreendimento e demandando muita energia, tanto mais abrangente haverá de ser a colheita.