maio 31, 2013

A PREVISIBILIDADE DAS FORMIGAS- 31/05/13




            Dentre uma das qualidades poucas que gosto em mim, a de entender a lógica das formigas é uma das que me agradam. Talvez um hábito de criança de poucos amigos que se perpetua no tempo (Maybe)!

            Hoje pela manhã busquei concluir que elas abrem suas casas em busca de ar, próximo de umas ervas daninhas no meio da minha grama. Pensava se talvez fossem guiadas pela cor de dita gramínea, mas, não percebi significante diferença de cor entre estas e a grama; ou ainda pelo cheiro, que lhes possa ser agradável. Imagino o tamanho dos seus olhos e do cérebro.

            E aí, passo a imaginar como enxergam as coisas e se sentem cheiro. Se o seu cérebro menor que o grão de mostarda utilizado na orelha para aliviar (ou desativar) o estresse (coisa de médico ortomolecular) é capaz de perceber a minha presença.   

            O fato é que coincidentemente, suas casas se abriam próximos de certo tipo específico de erva daninha. Hum... adquirida tal conclusão, percebi em mim a mesma mania de criança que me levava a destruir seus caminhos, colocando açúcar, sal, pó de café no seu caminho, observando suas confusões e mudanças de estratégia.

            Que não me ouçam os ecologistas mais afoitos, mas, minha vontade recorrente é eliminá-las. Entretanto, ultimamente tenho  ao menos a tendência  por fazer de forma a não lhes causar sofrimento. Aliás, ultimamente minha vontade nem é mais de eliminá-las, mas de conduzi-las a um caminho que possam seguir, longe dos meus pés.

            Estes pensamentos me veem sempre enquanto retiro as pragas da grama. E também, enquanto preparo minha comida, imaginando quantos não queriam comê-la. E tenho que comer rápido para não me sentir com privilégios, já que todos teriam direitos tão básicos como este, muitas vezes não materializados.

            Assim, melhor limitar-me a retirar as pragas de tal forma que também não venham a entrar em sofrimento. Então, sou remetida para outra questão: o que devo comer nas minhas horas de ócio para neutralizar essas sensações de contribuinte daquilo que transgride as mais elementares necessidades de qualquer forma de vida?

maio 27, 2013

POR ENTRE TECLAS- 27/05/13

POR ENTRE TECLAS - 27/05/13

          Tão difícil quanto aprender é o processo de desaprender, hoje tão necessário para aqueles que visam o mercado de trabalho  que num futuro bem próximo acena com as novas tecnologias.
         Na medida em que aprendemos tarefas novas, vem a necessidade de desaprendermos maneiras antigas de executa-las, muitas construídas ao longo de anos a fio.
         O processo de aprendizagem passa por uma luta com a tecnologia. Assim, entendo que realmente existe uma disputa entre o professor e a internet. Surge então, uma necessidade premente de adequar as aulas com a exposição do aluno a todo o tempo com as redes, inclusive as sociais, via de regra fora do contexto.
         Tornar a aula interessante de forma a fazer com que o aluno visite apenas sítios essências à aula não é das mais fáceis. 
         Entretanto, tais ferramentas existem para ser incorporadas. É indício então, de que o papel do professor está bem perto de passar por uma alteração significativa, como aduz o professor e pesquisador Silvio Meira.
        O papel do educador atual ao conciliar internet com aula presencial passa, segundo o citado pesquisador, pelos "games", ou seja, pelas competições. Envolver o aluno no ambiente de disputa, por certo devolverá o interesse na aula que costuma perder-se por entre teclas nos dedos ávidos destes que pensam ser desnecessária a informação presencial, a mesma que direciona e orienta em busca da melhor resposta.
        Entretanto, para tal é fundamental que o professor tenha gosto  por novos desafios e que compre esta disputa como se inserisse num "game" também. Por óbvio, toda escola deveria contar com banda larga e cada professor mereceria um "tablet", "notebook" ou "i-pad", com formação suficiente para indicar e exigir consultas nos melhores sítios disponíveis para tal.
          É uma realidade para a qual todos marchamos, porém pouco se tem dedicado a isto, o que desencadeia a natural preguiça do aluno em acompanhar aulas que se apresentam desmotivadas por não conter ingredientes familiares desta geração, quais sejam, disputa, rapidez por encontrar informações etc.
         As controvérsias em torno da "mecanização" dos alunos é o que  temem os professores. Conseguintemente (lembrando aqui o fera Machado de Assis),  trata-se de processo irreversível no qual uma adaptação em fase inicial aponta como melhor solução (adere-se ao inimigo, se nao puder vence-lo).
         Assim, ensinar alunos a escrever valendo-se do editor de texto, utilizando dicionários, fontes de pesquisa e toda a parafernália que a rede inspira, inclusive o próprio Machado, cujas obras são disponibilizadas gratuitamente no "i-tunes", é o que há para professores buscarem, se o ideal for desvendar a criatividade por entre teclas. 

maio 19, 2013

EM SENDO PERGUNTADA - 19/5/13


 


            Pensei ter perdido o programa do Aderbal, quando de súbito ele invade a tela da televisão, como sempre confuso, num cenário que me foge à compreensão pela organização menos usual e, casualmente hoje seus entrevistados não se fizeram representar- uma alusão à ficção. Normal para ele.

            Assim, treinaria hoje o outro lado de ser perguntada. Na falta do Aderbal, entregar-me-ia então à Alice com a advertência de que tal ideia não fora minha; um desses testes que a ciência busca aplicar em seres humanos em situação de risco de identificação pessoal e profissional...

            Mas, assistindo ao processo de desconstrução dos programas de entrevista exercitado pelo próprio entrevistador em busca do entrevistado Boris Strabão, cuja qualificação e formação profissional declinara de forma pomposa, até com certo rigor, porém, justificando sua ausência pelos mais estapafúrdios motivos;  vi então, que o dia ainda não é o de exercitar o lado de ser perguntada.

            Penso, no entanto, até que ponto os profissionais da arte de entrevistar são prejudicados seja quando são objetivos, precisos, rápidos ao interpretar respostas buscando a imediata conecção seguinte, seja no próximo instante, quando deverão responder as perguntas do seu cotidiano.

            Pensando nesta interferência na vida das pessoas, e tentando entender o movimento de desconstrução ora exibido com previsões para 2013, ocorridas em 1920, e com diálogos entre personagens kafikianos e outros, revendo seu pai com endereços na Barata Ribeiro, que instantaneamente nos remete à obra “O Processo”, apercebo-me da importância dada a tudo, que ao mesmo tempo podemos desconstruir sem nenhuma perda do contexto geral.

            Assim, imagino Alice perguntando-me por que o afastamento da arte capaz de colocar-me na realidade dos dias de forma apaziguada, como que aprendendo a contemplar as coisas ao redor, que de outra forma não é conseguida, tais como simplesmente visualizar o chão onde pisa? Prometo tentar responder...

maio 06, 2013

COINCIDÊNCIA- 6/5/13

         Uma feliz coincidência fez-me entender que para tudo existe um tempo e que do trabalho hoje semeado há que se esperar o tempo certo para colher. Muitas vezes esse tempo demora além da expectativa, corroborando para a duvida sobre estar fazendo a coisa certa ou nao.
         Está sendo assim com o trabalho árduo de escrever, agora permeado por uma coincidência que me levou à Academia Lavrense de Letras, ocupando exatamente a vaga do inesquecível professor Canísio que ali tivera como patrono, o escritor Tomaz Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, que também casualmente, estudou direito em Portugal, para onde canalizo minhas futuras atenções nesta área. 
         Quem conheceu o ilustre professor sabe da importância de tal ocupação, a mim transmitida em presente, desses que literalmente caem do céu, talvez pela aproximação como escritores.
         Nao sei sobre a análise  do mérito, sobre ser merecedora e, como exercício psicanalítico tento nao mensurar, tampouco comparar com uma grandeza da magnitude deste educador. 
         Posso afiançar de pronto que é algo pelo que venho trabalhando incansavelmente entre dicionários, gramáticas, textos e mais textos. É trabalho que rende a satisfação pessoal bem mais recheada de nutrientes do que qualquer atividade profissional que tenho buscado, das quais também nao cansei de buscar ainda.
        Posso elucidar que tal tarefa a mim presenteada será exercida com animus domini, da mesma forma que fazemos com presentes especiais recebidos. As coincidências acerca da cadeira 17, serviram para atribuir veracidade e certeza de que o caminho das letras nunca abdicado, soa agora com a firmeza de ser certo, justo, natural e repleto de intenções de ajudar a melhorar o dia de algum, sem maiores pretensões, autodidaticamente como ele é.