setembro 30, 2012

PROFESSOR DIDÁTICO - 3/0/9012

             Foi ontem na sala de aula, quando o desânimo ante uma nota malsucedida inspirava a muitos sobre o questionamento acerca do que estariam fazendo ali.

            Foi ontem na sala de aula, quando a esperança por uma didática diferenciada que vem em socorro dos que eventualmente se esforçam, porém, muita vez sem o sucesso devido a problemas outros.

            Sem exatamente mostrar quais problemas outros teriam muitos alunos a enumerar, além da cansativa jornada diurna de trabalho, muitas vezes capaz de suplantar projetos em outra profissão, exatamente por ser muito pesada e exaustiva, ainda mais para aqueles que vêm por longos anos num ritmo que só faz crescer, em contrapartida com o ritmo que insiste em pedir para diminuir.

            Dos efeitos presentes no estudante de longas horas a fio incidente sobre o corpo, vale a ênfase para a coluna vertebral, ficando difícil entender por certo, como pode um desembargador produzir seu trabalho e ainda editar livros e ser professor. Para tal resta a conclusão que até para tarefas como a de produção literária, cabe hoje o auxílio de terceiros.

            Entretanto, no caso dos estudos não existe esta prerrogativa, sobretudo para quem não tem subordinado além de si próprio. Assim, a didática do professor que bem sabe de tais circunstâncias, ao considerar tais dificuldades, chegando talvez, a deficiências na capacidade de aprendizagem ou na formação sobre como estudar melhor para aprender, sabendo disto, aplica sua sábia proporção de avaliação.

            Fetiches à parte, um gesto assim didático na abordagem ao aluno com problemas na nota é capaz de alterar toda a sua trajetória rumo aos novos métodos e hábitos de estudo. Lado outro, em não havendo esta preocupação, pode num breve instante, levar o aluno à descrença sobre sua capacidade.

            Distinguir entre isto e a pura irresponsabilidade por não querer perder tempo com estudos é das sabedorias, a mais tocante e difícil de ser percebida, posto ser encontrada somente no professor competente no seu mister.

setembro 23, 2012

ENSAIO PARA VIVER-22.01.12



“Tiro certo governador”; “Me traz um sapo doido”; “Eu adoro 2012”; foram estas as frases aprendidas para entrar o ano novo com mais vida. Isto implica dizer, com vida que se consome nos dias melhores.


Como acreditasse que os dias melhores são fabricados, munidos de certa dosagem de trapaça contra os dias ruins, não lhe será difícil memorizar as frases e utilizá-las ao menos uma vez ao dia.





Acredite ou não, certas frases são numericamente combinadas de sorte a propiciar sucesso. Estas aí são descobertas de alguém que estudou as tais combinações numéricas (é a numerologia) para este ano. Então, está valendo a intenção.




Ter propósitos é sempre bom; ter meta é o complemento que ajuda a consolidar os propósitos. Uma vez consolidados, a certeza de que vale investir num sonho vira realidade; e passa de ensaio para vida real.




Mas, como viver com intensidade se não desejou, não planejou? Para isto há que se valer de método – é como fosse aquele professor munido de um manual ao qual recorre com frequência e que lhe garante todas as respostas, por mais descabidas que sejam.




É o início do ano, no primeiro mês, a melhor hora de se preparar ensaios para viver. Atentando para que sua ambição não exagere na divagação, buscando o impossível para sua modesta carga de predisposição ao trabalho que tudo isto enseja; tomado esse cuidado, de resto, basta planejar.




A fase mais difícil é como executar os planos. Tendo o cuidado de medir o grau de esforço, logicamente que nesta hora vale um pouco de ousadia que seja capaz de mexer com a nossa letargia, levando-nos a exercitar tudo: corpo, mente, equilíbrio, saúde, energia, além de outros exercícios que todos temos que transpor, tais como o desapego, a humildade, o reconhecimento da nossa limitação.




Parece fácil tal projeto, porém, ele esconde meandros que nos pega desprevenidos e nos faz perguntar o porquê de tantos fracassos. É que o segredo para o êxito consiste na despretensão. Então, não há como fixar datas, prazos muito exatos, porque um ensaio de viver esconde nuances que não se “baixa” na internet, não se encontra no “android” dos “tablets”, tampouco na última invenção tecnológica vinda do Japão. Até que seria bom se pudéssemos engolir um chip que a tudo solucionasse!




Se você tem um cão e está cuidando da ambientação deste com a sua casa, seus familiares e você próprio, sem ajuda de adestrador, então estará mais próximo de entender um ensaio de viver.

Tiramisù e Espresso Macchiatto - 05.08.12


            Não pensava ainda ser capaz de gostar de alguma torta. Descobrir o tiramisù costuma ser consequência natural a todo aquele que descobre o café espresso. Tal descoberta acasala-se de imediato à busca da bebida perfeita para acompanhá-lo. Cai muito bem com destilado de maçã ou café espresso macchiato.

            Daí, passar a buscar essas origens também é informação que vale agragar: tiramisù = do iltaliano: tira-me para cima e o café mascchiatto: também do italiano, para expressar “café manchado”, já que sobre a espuma do leite é despejado o espreso.

            Como tal gosto tem caído na popularidade, ainda predominantemente europeia, por lá inventam máquinas de espumar o leite e agora, com a tendência de sustentabilidade, já inventaram um copo com tampa, devendo ser friccionado para obter-se o leite espumado. Muito prático!

            Além de descobrir um lugar no mundo, o melhor é descobrir o prazer em apreciar boa comida e aprender a fazê-la; este é talvez, um legado de certas famílias que entendem o valor cultural, social e agregador, porque não dizer até mesmo pacificador familiar.

            Não por acaso surge a percepção de que as famílias que valorizam as refeições como horas de comunhão são mais estáveis, unidas. Infelizmente,  tem-se um dado comportamental pouco apercebido, menos explorado do que deveria, ora em início de resgate, um tanto sem profilaxia exata, porém, um pouco mais explorado.

            Assim, ante o som de Walter Carlos Wendi Carlos (por sinal, básico nos filmes afeitos à realidade nua e crua de Stanley Kubrick), uma feliz associação, tanto quanto a do espresso macchiatto com tiramisù, a serem degustados juntamente com a tranquilidade, devendo acrescer-se a inspiração, uma aliada bem-vinda a qualquer tempo e lugar, só faltando mesmo decretar feriado nacional para tal apreciação.

APRENDENDO PELA DOR - 23.09.12


            Alice tenta digerir sua dificuldade de transformar textos e lei em questões práticas. Bem assim, de assumir-se incompetente para tal. Visando o exercício cruel de aprendizado pela dor, assume tal deficiência perante quantos a quiserem julgar.

            Não que seja uma alma dotada de grande bondade; apenas convenceu-se de que tal catarse talvez a leve um pouco mais além, no sentido de transpor dificuldades íntimas, daquelas a serem transpostas exclusivamente pela nossa consciência.

            Sabe dos efeitos pernósticos da exposição gratuita, e ainda assim o faz com todo o requinte da crueldade. Depois de feito, o que lhe resta é apenas uma ferida com casca grossa, atenuando-se, atenuando-se, atenuando-se...

            Ainda deverá doer por mais alguns dias, mas nada que a impedirá de ir e vir, desta feita com um pouco mais de segurança, se isto puder ser atingido. Pensa então nas palestras que tem ouvido sobre aprendizado, buscando entender os diferentes níveis de assimilação existentes.

            Conclui que ainda não descobriu seu nível exato de aprendizado, tampouco tem noção da melhor forma de assimilar isto. Entretanto, tem uma determinação que sabe, não será abalada desta vez.

            Das dificuldades por que passa nesta encarnação, a mais difícil de aceitar de forma mansa e pacífica, traduz-se no desconhecimento sobre seu cérebro e as reações diante de pressão. Pensa ter vindo de algum lugar onde a pressão por opções teria sido a sua ruína.

            Entende que quando se tem uma dificuldade, o melhor a fazer é enfrentá-la de pronto. E assim tem feito. Quanto ao sucesso, não sabe ainda qual o melhor caminho, aquele pelo qual as pessoas passam de forma aparentemente suave, tendo uma probabilidade de nem vir a saber.

             Existe um fator que ela sempre interpõe na sua aprendizagem: a obrigação de sair-se muito bem. Sua busca de agora é então, conviver com esta questão que no seu ver não será por ora desarticulada.

setembro 16, 2012

NOVOS AMIGOS - 16.09.12


            Meus amigos têm tido duração efêmera. Mulheres me têm em sua conta de analistas... Tenho percebido um caminho certo para o desgaste de relações assim, ao menos para pessoas cuja vida pessoal não tenha tanta importância assim.

            Não ver graça em qualquer ideia, talvez se constitua perigo real de solidão, ou possa desencadear buscas pela criatividade, pela arte, por cursos. Aí a pessoa tornar-se-á um excelente fazedor de pães, ótimo estudante de línguas, exímio desenhista, pintor e até escritor, bastando ater-se um bocado às letras, fazendo amizade sincera com a gramática, sem esquecer-se da inspiração para a qual muita vez terá que colocar sua melhor toalha na mesa.

            São convívios quase incompatíveis entre si. Até se descobrir novas formas de amigos, por exemplo, um i-ped, ou computador com acesso  “wireless” ao “face book” ou ainda, um site de relacionamentos onde você só conversa quando quiser ou tiver tempo para dispor. A isto dou-me o nome “ratikô” não por acaso, lembrando do cãozinho fiel ao dono, esperando por ele ao longo dos anos de sua vida.

            Um bom “pen drive” também deve ser amigo de toda gente capaz, vacinada, independente e sem horários pré-definidos para viver. É bem típico de pessoas que se dão o prazer de pensar em solidão, na quietude dos neurônios e até crianças já adquiriram tais hábitos.

            Outro amigo, um som pequenino, com entrada “usb” em que você é senhor soberano da sua vontade e preferência musical, de notícias etc. Como pode ver, ninguém precisa de tanto para viver; precisa entretanto, das coisas certas, práticas de transportar e que você consiga colocar em funcionamento em qualquer lugar que esteja: na rua, na chuva, na fazenda...

            Desagradável perder um amigo desses porque formatou e perdeu o dicionário de inglês, o “aurélio”, as fotos e tudo mais por água abaixo. Para fugir de tamanho sofrimento, inventaram o “hd” externo, que tem uma capacidade “mui grande” de  externar tudo quanto não podemos perder, quais sejam, músicas, documentos, fotos, aulas, receitas, e tudo mais que inventar como necessário.

            Como lançamento da área de informática para os dias atuais, caberia um foco nas energias positivas que poucas pessoas são capazes de produzir, bem assim, naquela sensação de vida boa, aprendendo independentemente de idade, condição financeira, requerendo apenas disposição, sem medo do que é novo, tecnológico, difícil e que requer estudo e paciência.

 

           

setembro 08, 2012

CÃES DE GUARDA - 08.09.12


 
            É Tarantino, com o seu filme “Cães de aluguel” que sobrevém à cabeça ao pensar na travessia de José Dirceu ao demonstrar placidamente e sob o risco do próprio pescoço, o grau de apego da elite ao dinheiro tornando-os incapazes de qualquer denúncia, não sem antes se submeterem ao mensalão.

            Mas, para tal avaliação ética, extemporaneamente restou colocada nas mãos dos julgadores a dificuldade de análise onde se tem apenas um lado, o dos culpados. Representando os inocentes, fica toda a população que nem sequer sabe ao certo sobre os fatos tais quais ocorreram.

            Como certo talvez, ter-se-á num futuro nem tão distante, uma biografia muito interessante e recheada de informações oriundas de um dossiê, por ora secreto (a La Tarantino) que conteria tudo para se popularizar nos dias atuais e dividir opiniões, mas que não acontece por agora porque nem a elite nem a massa popular estão preparadas para avaliações sérias, que não se limitem a falar mal de forma generalizada, como normalmente ocorre em épocas de eleições.

            Tem-se demonstrado ao longo da evolução país, que os mais inteligentes, os estrategistas são exatamente os que empenham sobremaneira a sua reputação que, aliás, deveria ser quesito com discussão apartada, uma vez que estão na frente com informações, ações e posturas surpreendentes, para serem entendidas no futuro e nunca no presente.

            Uma análise contextual vem hoje explicar o que não restava claro quando da implantação de programas sociais, não barrados pela elite, como seria esperado. Via certa ou torta, o fato é que restou um preço alto a ser saldado pelo mentor do mais arrojado projeto que manipulava a elite tais quais cães de aluguel.
Resta agora aos julgadores decidir mediante provas, depois do sucesso da inclusão social que de outra forma “ainda oculta” pudesse talvez viabilizar-se, e sem guardar proporção com a urgência que a medida pedia, mas que ninguém assumia como urgente já que tal aplicabilidade jamais fora antes cogitada. A clareza, bem assim os efeitos de tudo isto restarão demonstrados nas aulas de história no futuro próximo.