janeiro 27, 2013

SENTADA A SUDOESTE - 27/1/13

            Quando me sento a sudoeste, num ângulo de 45º entre o oeste (poente) e o sul (a minha direita ao colocar-me de frente para o leste – nascente), faço-me apta a meditar.

            Tal posição é o resultado de pesquisa indicando o ângulo mais favorável, segundo a orientação pelos pontos cardeais, para obter-se o fluxo ideal de energia. Bem melhor que os ventos do sudoeste são as energias vindas de lá. Só é descoberto, no entanto, por quem ousa experimentar o efeito da meditação.

            Uma vez experimentado, há que se disciplinar para manter regular a prática, de forma a desenvolver habilidades capazes até de reconhecer qual o melhor ponto da casa para sentar e meditar.

            Não se trata de caminho fácil, pois exige estudo, disciplina e crença de obtenção de resultado satisfatório, tal como o equilíbrio tão essencial e ainda não colocado em cápsulas homeopáticas ao alcance de qualquer um.

            Por ser assim, cada qual que encontre sua fórmula. Vale assegurar, entretanto, que pela meditação obterá o conhecimento de si próprio ou, ao menos irá se aproximar de tal.

            Estando pertinho de você de forma harmônica e pacífica, gratuitamente, sem nenhuma cobrança, apenas recebendo energia de forma a tornar-se revitalizado no seu dia e, sobretudo, sentindo-se bem estando consigo, por si só já é motivo para tentar.

            O querer verdadeiro pode suplantar a técnica, mas se aplicada corretamente, esta pode nos levar a experiências únicas e independentes de guia, de dinheiro, de grupo, de religião, de nada além de você e sua cabeça.

            Em sendo assim tão simples e gratuita é difícil de ser acreditada. Porém, se o seu momento de harmonizar-se consigo for chegado, valerá pesquisar, sentar e meditar. As descobertas serão suas na medida em que focar no que sinceramente busca para a sua vida. E então, terá se tornado apto a receber...           

SENHOR MAGO - 27/1/13


            Na busca por que passam as pessoas em busca de uma forma para completar-se, Alice deparou-se com a angústia de não suportar rituais repetitivos, pregando aquilo que usualmente não tem o poder de transformação, mas apenas modela o ser humano.

            Primeiro conseguiu um guru, o qual lhe ensinava os meandros secretos da meditação. Foi tão bom professor que a levou a meditar daqueles tempos até então, com o intuito de ser para sempre, tamanha a satisfação com os resultados obtidos na medida em que avança em conhecimento sobre a causa.

            Mas, tudo passa e o guru também passou. Foi ter-se na Índia, em busca de um aprimoramento espiritual ainda maior, além do treinamento necessário do desapego de pessoas e coisas,

            Quando nem tão subitamente colocava em sua cabeça sobre a necessidade de não seguir mais ninguém, eis que encontra um senhor mago. É como uma teoria mais aprofundada da medicina, misturada com estética, enfim, um ser capaz de curar a doença física alojada, enquanto aplica técnicas novas de rejuvenescimento externo concomitantemente.

            É a combinação ideal apresentada para Alice, que acredita na remoção de mazelas de dentro para fora, ou seja, cuidar do corpo e depois da alma através da imagem que o bem-estar pode ofertar aos buscadores de tais benesses.

            Assim, ela tem passado por melhoramentos de saúde que tende ao equilíbrio dos componentes necessários ao bom desempenho físico, indo ter-se com fibroblastos necessitados de serem acordados, acelerados e por fim, turbinados.

            Ao final, pretende atingir um nível de conservação de tal sorte que possa trabalhar por mais uns bons anos sem cansaço, sem falta de memória ou energia. Isto é tudo que somente um mago pode ofertar através de técnicas generosamente acomodadas num único ser que se fez preparado para tal através de estudos e aptidões complementares.

            De resto, vale destacar a importância de ser buscador de novas ideias, posturas, maneiras de viver e de cuidar da saúde, com o intuito de tornar-se uma pessoa melhor, posto que feliz, sem dores e de bom humor para o trabalho.

janeiro 18, 2013

OS PEQUENOS PRAZERES DE ALICE - 18/1/13

            Finalmente chegara ao modelo de note book pelo qual trabalhara, apesar de Alice considerar a internet no seu país algo ainda caro, insatisfatório e trabalhoso, sobretudo por querer internet em todos os lugares, o que a leva a trocar seu modem conforme a necessidade, alternando entre note book e i-pad, luxo pelo qual trabalha todos os dias para manter, tanto quanto sua saúde física e mental.

            Enquanto Alice tomava um café espresso, olhava para sua tela do Maiakovisk na parede da sala, acompanhando-a por anos, relembrando sua travessia quando da penúltima e catastrófica mudança, da qual só vingara de bom suas telas, tintas pinceis, além da coleção de lápis para desenho.

            Aproveita o dia para agradecer a “Nossa Senhora da Inspiração da Capa Rosa”, parodeando seu amigo Talles, que não é o de Mileto, uma vez que quando eventualmente vagueia sobre algo no café da manhã, sem nenhum teor etílico, graças as suas concepções que não admitem nem sequer crasear antes do pronome possessivo sua, que dirá ingerir álcool para ter-se com a inspiração, costumando nesses momentos, deparar-se com ela gratuita e fortuitamente.

            Desta feita, vem-lhe imagens sobre edição dos seus trabalhos em “oil on canvas” e desenhos, abandonados por ora por força dos estudos e pesquisas que talvez a levem para outras paragens, razão pela qual tem, porque tem... Porque tem que continuar investindo em tal prática celibatária, solitária, cruel e um tanto pesada para sua idade que passa além do que deveria, sobrepujando sua vontade de viver, que não pode ser agora, que pode esperar, que talvez será para amanhã... Que dilema, na mais completa acepção do termo dotado de efeitos psicológicos, quiçá patológicos.

            Mas, está a moça feliz, porque tem seu “windows seven”, podendo instalar quando bem quiser o “eight” para satisfação da sua curiosidade que não pode, não quer e não irá sossegar até experimentá-lo. Igualmente pelo “Maiakovisk” e pelo “Darwin”, ambos nas paredes das salas, como que postados, calmos e plácidos nos seus berços esplêndidos de criação (amém a Nossa Senhora da Inspiração da Capa Rosa).

            Depois de ter declarado merecedora de tudo quanto vier a buscar com aninus domini, sente-se apaziguada com o mundo, buscando pequenos prazeres que não afetam a ordem do dia, da saúde e da serenidade. Apenas adverte temerosa ao tempo, que lhe sejam concedidos pelos menos mais três a quatro anos de trabalho duro, quando depois irá começar a viver sua arte. Até lá, tenta apenas administrar pequenos prazeres como ter seu pai à direita e a mãe à esquerda, filhos ao longe como tem sido, além de um estranho gosto pelas dificuldades que permeiam os dias daqueles que se buscam inspirados ao menos uma vez ao dia. Até!  

janeiro 06, 2013

ABERTA PARA BALANÇO - 6/1/13

            Quando começa um novo ano as empresas fecham as portas para balanço. É quando as pessoas deveriam se abrir para o mesmo fim, o que Alice tenta fazer agora.

            Dentre os defeitos, um recalcitrante é a sua insegurança, nunca tendo certeza de nada 100%, detestando ter que fazer escolhas, situação comum para as pessoas em geral e tão doída para ela.

            Não gosta de comer perto das pessoas, razão pela qual busca uma forma de conciliar suas saídas raras para comer fora de casa. Tem sido assim e o ano que terminou foi marcante para as descobertas dos defeitos, bem como a busca de como atenua-los.

            Não se considera pessoa de grande confiabilidade, não entendendo como a maioria consegue viver em engano quanto à própria conduta, permanecendo satisfeitas com suas índoles, sobretudo quando se fazem rodeadas de ego por satisfazer.

            Ela gostaria de ser pessoa boa, com caridade no coração suficiente para alentar sua busca por uma personalidade convicta sobre o bem. E aí, quando veste sua armadura de profissional, percebe que não sobra muito espaço para tal busca, sobretudo se falar sinceramente sobre os seus mais ávidos desejos.

            Em compensação, viu neste ano que terminara sua disposição para julgar os outros um tanto pacificada, de conformidade com a importância de transformar-se antes de esperar qualquer coisa do seu próximo.

            Percebeu o valor da família, único lugar onde é sempre bem recebida, tendo ou não algo a oferecer. É também o único lugar seguro para expor ideias sem receio de ser expurgada por discordância.

            Percebeu que quanto mais espaço conseguido na vida das pessoas, maior a responsabilidade com esta. E gostou de responsabilizar-se por vidas, mesmo com sua natural dificuldade de perceber a rapidez com que os pais passam da atividade para a dependência. Isto ocorrera após a exaustão por ensinar como manusear aparelhos, movimentar contas.

            Fugida da realidade que esteve, buscando acreditar que fosse preguiça mental até que finalmente entendeu neste ano findo, que o tempo continua como sempre, ditando as normas, determinando a hora da colheita e a hora da retirada. Tudo sutilmente para não ser apercebido da sua imutabilidade universal e intransferível.