ABERTA PARA BALANÇO - 6/1/13
Quando
começa um novo ano as empresas fecham as portas para balanço. É quando as
pessoas deveriam se abrir para o mesmo fim, o que Alice tenta fazer agora.
Dentre os defeitos, um recalcitrante
é a sua insegurança, nunca tendo certeza de nada 100%, detestando ter que fazer
escolhas, situação comum para as pessoas em geral e tão doída para ela.
Não gosta de comer perto das
pessoas, razão pela qual busca uma forma de conciliar suas saídas raras para
comer fora de casa. Tem sido assim e o ano que terminou foi marcante para as
descobertas dos defeitos, bem como a busca de como atenua-los.
Não se considera pessoa de grande
confiabilidade, não entendendo como a maioria consegue viver em engano quanto à
própria conduta, permanecendo satisfeitas com suas índoles, sobretudo quando se
fazem rodeadas de ego por satisfazer.
Ela gostaria de ser pessoa boa, com
caridade no coração suficiente para alentar sua busca por uma personalidade
convicta sobre o bem. E aí, quando veste sua armadura de profissional, percebe
que não sobra muito espaço para tal busca, sobretudo se falar sinceramente
sobre os seus mais ávidos desejos.
Em compensação, viu neste ano que
terminara sua disposição para julgar os outros um tanto pacificada, de
conformidade com a importância de transformar-se antes de esperar qualquer coisa
do seu próximo.
Percebeu o valor da família, único
lugar onde é sempre bem recebida, tendo ou não algo a oferecer. É também o
único lugar seguro para expor ideias sem receio de ser expurgada por
discordância.
Percebeu que quanto mais espaço
conseguido na vida das pessoas, maior a responsabilidade com esta. E gostou de
responsabilizar-se por vidas, mesmo com sua natural dificuldade de perceber a
rapidez com que os pais passam da atividade para a dependência. Isto ocorrera
após a exaustão por ensinar como manusear aparelhos, movimentar contas.
Fugida da realidade que esteve,
buscando acreditar que fosse preguiça mental até que finalmente entendeu neste
ano findo, que o tempo continua como sempre, ditando as normas, determinando a
hora da colheita e a hora da retirada. Tudo sutilmente para não ser apercebido
da sua imutabilidade universal e intransferível.
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