UM HOMEM SENSÍVEL – 08.11.10
A educação molda o caráter; e isto continua uma verdade. A experiência de vida domestica o egocentrismo; e isto prevalece por sobre as cabeças que reconhecem-se pequenos grãos utilizados, sabe se lá por quais forças.
Mas, a masculinidade implica liberdade. Ela ainda é o símbolo mais perfeito e mais completo desta porção social. Mas, no entanto, a mulher acaba por descobrir que também pode ser livre, guardadas as devidas proporções estruturais, sabidamente organizada para ser assim. É o que define o equilíbrio através dos opostos.
Poxa, mas daí a sair em busca do que querem as mulheres! Isto soa para Alice como o auge da sua constatação de que um homem que se faz feio, nada atraente, pode perder peso, se a personagem parecer real, ou envelhecer com todos os achaques e comportamentos dignos de um “expert” em vivência.
Alice achou um homem sensível que não é “gay”. Acredite, com todas as sutilezas e simplicidades que enriquecem suas personagens. Teria Alice agora, o enorme trabalho de refazer seus teoremas, todos com embasamento na vida real, concluindo de forma cabal pela supremacia do homem sensível sobre os demais seres humanos, ultrapassando em muito a própria sensibilidade feminina.
Um dado não alterou em sua pesquisa, já que ele é artista. Pisto é quase um pressuposto inerente a esta busca. Para Alice, é o melhor artista nacional, digno de laboratório que compõe personagens capazes de embasbacar Machado de Assis. Considere que a maioria avassaladora feminina não reconhece a atualidade sempre presente naquelas obras. Considere também, que a porção feminina esqueceu-se das benesses de tal sensibilidade. Outra porção desconhece.
Então, de repente, ao presenciar alguém assim, acabado de sair de dentro de um livro de literatura, com seu estilo que não busca estilo, mas que investe no pensamento acerca do mundo, e ainda mais, no universo feminino sem se afeminar, chame a isto a proximidade da perfeição masculina.
Mas, Alice que também é mulher, não havendo como negar suas características femininas, mesmo porque não tem porquê paira isto, então ela reconhece um furo no seu teorema, agora embasado e concluído com uma verdade óbvia: ele busca a essência perdida feminina.
E sabe exatamente como buscar ao fazer-se feio, exótico, estravagante, incomum, casual, escondedor dos próprios talentos, malabarista de questões cruciais, sabendo jogar a ideia na cabeça feminina, de forma a convencê-la do seu poder e que não tem qualquer pretensão de ser poderoso. Seria um antiherói surgido das cinzas?
Não! Alice acaba de descobrir que viver em busca de um ser assim pode ser perigoso, frugal. É tanta perfeição que devemos, na nossa prudência de berço, apenas olhar, colocando-nos a imaginar inúmeros defeitos que um artista sensível deve ter desenvolvido ao longo dos anos.
Não deve ter organização; também não deve saber lidar muito bem com finanças. Quem sabe esconda alguma anomalida ou defeito físico que compense arquitetando seus talentos? Quem sabe!
Entretanto, por derradeiro, ainda que no imaginário de Alice a perfeição não exista, por ora se satisfaz ao ter chegado perto do exemplar mais próximo do que tem adicionado ao seu teorema visando atingir o homem atípico do nosso tempo, que não se aniquila ante muito trabalho, que não teme começar de novo e reconhece as fases da lua interferindo no humor, na predisposição e no raciocínio feminimo, ora tão visceralmente esquecido, anulado, vilipendiado, sobretudo pela maioria masculina capaz de igualar toda uma porção distinta, oposta e insatisfeita da nossa sociedade.
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