LEI DA ATRAÇÃO (LOW OF ATTRACTION) – 26.10.09
Luisa é daquelas moças rotuladas “livre, sozinha, com poucos aborrecimentos na vida e independente” que ainda costuma incomodar muita gente; bem mais do que atentam os seus sentidos. Mas, outro dia, enquanto instalava sua “webcam” sumida sem mais do computador, ela se pôs a pensar.
Reviu toda uma postura de mulher fatal que costuma despertar entre os homens, fazendo questão de destacar que não faz parte das suas buscas qualquer relacionamento. Apenas acontece assim. Sendo magérrima, não se considera o tipo atrativo dos homens. Talvez provoque inveja nas mulheres, nada disto despertando, no entanto, sua atenção maior.
Ocorre que, talvez pela força da atração, cujo estudo continua merecendo sua atenção por consideráveis conquistas obtidas, assim ela atribui a tal lei todo o fascínio que a sua liberdade desperta nos homens.
Normalmente os casados, inseguros da sua posição no seio familiar tentam buscar em Luísa, pessoa discreta e confiável, um alvo para fazer ciúmes nas esposas. E por conta disto, Luísa já se viu numa manhã ao sol do clube, com o chapéu de sol colocado em sua cabeça pelo marido de uma dessas esposas, com o intuito de provocar ciúmes.
Luísa, com sua natural educação, retirou o chapéu e disse que não precisava dele, sem entender a postura do marido, o qual nunca havia dado liberdades para essa intimidade. Entendeu logo ser uma provocação à esposa que estava chegando.
Então, por vezes Luísa se depara em meio a cenas as quais não contribuiu e nem se sente bem dentro delas, já que ser mulher perigosa para as conhecidas não melhora em nada sua posição ante a vida cada vez mais independente por que trabalha.
Olhando-se refletida na câmara do computador, pergunta-se qual o atrativo que mais desperta nos homens, sobretudo os casados. E já tem imediata resposta, pois reconhece que para estes, o fato de ser magra, portanto fora da mira dos seus inseguros alvos, rápida para pensar e achar soluções, sobretudo por ser livre tanto quanto seu jargão “quem manda em mim é o meu nariz!”, pensam ser ela um artefato ideal para se utilizar no momento de suas inseguranças.
Segue, pois, olhando-se na câmara, admitindo faltar-lhe beleza atrativa, sobrando, no entanto, beleza intelectual – alguma teria que lhe restar... Apesar de não visualizar de pronto o que fazer com esta atração que só faz colocá-la em saia justa sem qualquer colaboração de sua parte.
Entretanto, pensar é sua ferramenta de trabalho. Concluiu por hoje, que vale absorver desta imagem tudo o que de bom puder render. Não é assim que costumam agir os aproveitadores de oportunidades deste mundo bom, os tidos como “empreendedores”? E ninguém lhes questiona; até são modelos e alvo de admiração.
Luísa conclui tristemente que deve iniciar uma pesquisa sobre como se dar bem na vida sem fazer força e sem preocupar-se com aqueles que não se preocupam absolutamente com nenhum valor moral.
Desliga sua câmara retornando ao suado labor dos estudos cuja dedicação é a única razão do sucesso, independentemente de espertezas ou facilidades onde os “crackers” são o maior expoente no seu entender.
Entendida que se fez, descobre mais, que não se sairia bem na área de informática antes deixada de lado, cujo objetivo era ser “cracker”, pois lhe sobra inadvertidamente um senso moral saído talvez de algum texto que assimilara; ou por outra, de uma educação que lhe moldara; ou quem sabe, veio sem indicação na bula, diluída na máscara que utiliza diariamente quando lida com os homens, não fazendo questão nenhuma de alterar seus padrões de honestidade e sinceridade.
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