outubro 03, 2009

DOIS POLOS ANTES OCULTOS – 03.10.09


Tem dias assim, que a vontade de escrever ganha um espaço todo seu que chega a parecer desassossego. E enquanto não é eliminado no papel todo aquele resíduo que vai saindo segundo os neurologistas, do cérebro, as coisas não começam a acomodar de volta em seus lugares.
São sintomas confusos, que muitas vezes retiram o equilíbrio, a vontade de ser social, prescindindo de uma pronta detecção para não ser confundido com doença ou outro achaque qualquer.
Detendo-me nesta profundidade tenho percebido dois polos em mim antes ocultos: um, que trabalha incansável revendo assuntos do dia para transformá-los em banais. Outro, que pretende apenas minha análise em cima do pensamento alheio – o estudo.
Um visa a sucumbência do outro de forma tão descarada, que o outro acaba aniquilado. E por estar assim, não escrevo. Daí a emersão de dois polos em luta pela supremacia cerebral. Mas eles são antagônicos de tal forma a interferir bem mais que os hormônios em incidência constante no meu humor. Então, munida da ferramenta que ainda acredito ser a única capaz de salvar-me, pratico uma luta cerebral incomensurável, visando abrir espaço para que os dois polos possam conviver amistosamente.
Nesta briga que não entram armas senão as ciladas mentais, tento agora suplantar qualquer vontade de desistência e exercitar o antagonismo constante com que tento conviver desde que pretendi estudar um pouco mais.
A escola não evoluiu muito em longo anos desde que lá estive. Retorno e vejo tudo como antes; mesmas técnicas mecanizadas para costurar ideias pré-concebidas, muitas vezes com critérios de avaliação que não avaliam realmente.
E escrever, ao contrário, vem com a proposta de liberdade escancarada para quantos quiserem ousar. São infinitas as propostas e imensas as chances de acertar, já que para toda teoria existe uma premissa originária de tudo.
Porque viver não é preciso, e estudar é preciso, continuam esses dois opostos fazendo festas memoráveis no meu cérebro que por agora terá seu plantel de neurônios divididos de tal forma a atender-me seja criando, decorando, memorizando, ou simplesmente permitindo-me que eu narre o que achar por bem constar.
Então vamos lá; hoje é sábado samedy saturday, sendo o dia eleito para não se fazer nada que canse tanto depois do almoço. Eis aqui um bom dia para delimitar este meu espaço um tanto misturado. É nestas horas que me valho da matemática.

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