CASEIO, CHULEIO E PREGO BOTÕES- 08/07/16
Como diria minha "má"
madrinha e "má" madrasta de mamãe, caseio, chuleio e prego botões era um seu jargão, o qual utilizava nas mais
diversas situações, que ora aplico ao atual
"status" daqueles que usufruem férias por ter projetos antigos
a encarar.
Entretanto,
fica evidenciado que tal jargão não fora privilégio da "má" madrinha, não difícil de deduzir, não trazia uma varinha de condão que realizasse sonhos. Bem ao contrário, após longas pesquisas familiares,
entendeu-se ao final, tratar-se o jargão de "livre na pista para
qualquer negócio".
Aqui,
somando-se aos dias atribulados, as férias que nunca são a passeio, posto que também
desenvolvi um jargão, mormente não ser genético, mas que herdamos por
simbiose: ao sabor do convívio diário, este meu roda, roda, roda e avisa que "não vim ao mundo a passeio".
Logo,
enquanto descanso das tarefas repetitivas, tentando entender porque sou por
alguém evitada, sem justa causa ao
menos aparente, trabalho e trabalho mais um pouco, com a exata divisão do meu dia em três porções, a saber: parte da manhã
para os estudos porque sem trabalho cerebral constante "eu não sou nada, não sinto o meu o meu valor, não tenho utilidade.." como cantava o Russo.
Depois vem o horário de almoço, se der tempo, e quase
sempre cuido para que não dê. Em não dando, emendar a manhã com a tarde requer uma tecitura anormal, na qual o
descanso durante o dia não cabe nem mesmo em dias de férias.
Tenho
tentado um convívio pacífico com o ócio do Bertrand Russel, que ao
ler até da vontade de não fazer nada, ainda que seja em nome da criatividade a ela
conexa, sem conter as mesmas partes e o mesmo pedido, como no direito, acreditem!
Aprendi a não
sofrer pelos fracassos, vez que são sempre presentes, mais do
que gostaria. Incorporamos no viver que aquilo que não mata, fortalece...
Mas,
chega a noite, a terceira porção do dia, que se resumiria em
descanso, porque não tenho um curso novo nem
outra atividade. Chega a hora de incluir ao ócio
a atividade física aliada à tv enquanto exercito a disciplina. Não vale cansaço ou preguiça. E o que move a vontade nessa hora é uma olhadela no espelho: vai lá! Sem escolha, já que o corpo pede; e
levantando para vida, transformo a cama num tatame e vou em frente com pesos,
corridas na esteira e tudo mais que a tv nos ensina para a vida saudável. Mas, nem quero ser longeva?
Termino
o dia com o exercício mental que contabiliza
perdas e ganhos, analisando o que poderá ser feito amanhã para minha maior, real e abrangente satisfação pessoal, irrenunciável, transformada em direito
real, com preferência entre os meus credores
quirografários, vindo antes dos direitos
trabalhistas, alimentícios, e qualquer outro direito
constitucional, tão somente porque eu me amo e não posso mais viver sem mim...