EU,29/11/2012 VOCÊ E A JABUTICABEIRA - 29/11/14
Enquanto colhia as jabuticabas, no
afã de vencer a competição com os passarinhos, lembrei-me de você que ainda na
infância dizia querer uma fazenda toda asfaltada e cheia de jabuticabeiras.
Trato feito e quase cumprido na
íntegra, relembrado a cada pequena safra da fruta em um pé que mais parece bonsai
devido ao tamanho minúsculo da árvore que se põe em trabalho de uma míni produção
por todo o ano.
Enquanto penso, JAGADAMBA! Toca o
fone e você me convida para passar o final de semana em Sampa, como viesse até
a esquina comprar algo que nem necessita tanto.
No meu secreto desconforto ante
viagens respondo de pronto que vou, já que a saudade é maior, devendo sobrepor-se
a qualquer aflição inexplicável.
Como reminiscências surgidas
aleatórias, algo no ar avisa que a nossa sintonia ainda permanece para além da
distância. Sem saber ao certo se vai ser bom ou ruim, já vestindo meu escudo
para embates, devo antes do novo dia raiar, exercitar-me como um boxeador, já
que da sabatina não escaparei.
O ponto exato da história familiar
em que os papeis se inverteram não sei ao certo. Entretanto, sei que a inversão
ocorrera e já sou capaz de identifica-la de pronto, colocando-me em xeque –
mate-me!
Dentre as próximas práticas yogue,
incluo por medida de precaução e como dose homeopática, exercícios para
fortalecer o maxilar, vez que a tônica das nossas conversas incita inesperadas
e incômodas respostas; daquelas que necessitam espelho em busca de treinamento.
Após, tenho como referencial líquido
e certo a preparação para quaisquer outros relacionamentos, sejam na minha
profissão de funcionária pública, sentindo-me apta até mesmo para defesa num
júri de um serial killer, ou qualquer outra atividade que porventura associe na
nova forma de ganhar a vida, prestes a ter-me como cobaia, da maneira como
tenho ousado dia após dia, sem temer qualquer ofício ou vigília execráveis... Enquanto
espero, às jabuticabas.