maio 16, 2010

ELE COM ELA E A BICICLETA – 16.05.10

Eles dois parecem um só. Ela se parece Priscilla com dois “eles” como gostam de complicar as mães cujos nomes são tão comuns quanto “Maria”. Ele chamemo-lo Pedro ante tanta determinação, pois, parece ter aguçada a curiosidade acerca das mulheres manifesta desde que se entendeu por gente. São tão pequenos e já entabulam sozinhos algumas decisões pelos caminhos, parecendo cúmplices quando não se preocupam em chegar à escola a tempo e hora.
Vão serpenteando por entre as ruas com muita conversa e parada para comer biscoito, menos chegar à escola estadual exposta no uniforme de Priscilla. Pedro parece não estudar naquele horário. Já é um homem de seus 13 ou 14 anos e demonstra uma virilidade precoce, incomum aos meninos da sua idade, que odeiam meninas, e brincam de bola e não se importam com tanta coisa. Não ele! Quem sabe não esconde uma idade um pouco maior!
Priscilla, com seu porte pequeno aparenta seus12 anos no máximo, e começou a segui-lo conversando enquanto caminhava ao lado da bicicleta de Pedro, que se mostra gentil, educado, atencioso e todos os predicados que as mulheres detectam em um homem quando querem se aproximar destes.
Talvez seus nomes se combinem com a mesma letra inicial; talvez não. Mas, que eles dois combinam em ideias, isto transparece nitidamente; difícil será encontrar outro casal mais precoce com tamanha afinidade. É tamanha, que outro dia um casal que também caminhava bem cedo parou para observá-los comentando sobre o desvio do caminho da menina que deveria estar àquela hora na escola.
E eles seguem conversando como se o mundo ao redor não importasse, e o horário da aula de Priscilla fosse um pequeno detalhe que não interferisse na amizade consolidada deles dois.
A evolução deste relacionamento produz efeito maior sobre o menino, que agora já leva sua amada na bicicleta, ambos parecendo um só em disposição de conversar. A conversa deles dois parece ser a melhor do dia ou bem mais agradável do que qualquer aprendizado. E o lanche deles, quem sabe nem tomam o café da manhã com seus pais, começa ou estende-se em cima da bicicleta de Pedro.
Pode ser que eles consolidem uma amizade que os acompanhará por toda a vida; pode ser que já seja amor. Também pode ser carência de conversa em casa. Ou pode ainda faltar-lhes tanta atenção, que ambos resolveram “atencionalizar-se” um com outro, de comum acordo, tendo como testemunha cada amanhecer onde eles devem sair de casa cedo com um sorriso escancarado nos lábios não porque vão para escola...
E existem pais que não descobrem isto a tempo e nem mesmo tarde. Enquanto alguém não os delata, a conversa segue sua evolução natural de crianças que ainda são, com a intenção pura de se fazerem amigos, mesmo à custa do que deveriam estar aprendendo na escola.
Perdem em aprendizado acadêmico, podem ganhar na amizade a determinar-lhes uma personalidade muito melhor, porquanto boas conversas aliviam a alma; e fazem-se incomum aos olhos de curiosos que seguem paralelos pela rua, tentando redescobrir a inocência que já perderam ou a confiança que não dão mais a ninguém; e não por acaso, em questão de dias serão eles dois pegos ou pela professora dela, ou por algum conhecido que descobrirá a menina na rua em horário da escola.
Para todo o resto que segue em caminhos normais rumo à saúde, restará uma expectativa de verem Priscilla na escola e Pedro passeando sozinho logo cedo em sua bicicleta de adulto, com sua aparência também de adulto e propósito idem na mesma data, quando terá aprendido que a escola também faz bem; ainda que não produza a adrenalina que sua bicicleta associada à boa companhia pode propiciar.

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