fevereiro 18, 2010

ONTEM FOI CARNAVAL – 18.02.10


Ontem foi carnaval. Em conferência sobre como as pessoas atualmente comemoram esta festa popular. Talvez falasse nesta hora a porção antropológica que insiste em permanecer como fosse uma segunda pele, uma descoberta por vir.
Então, por algum motivo inexplicável, porém, existente, sou impelida mais um ano a avaliar o comportamento do ser humano diante da festa onde se pode beber, vestir excentricidades sem ser taxado de louco, ridículo, démodé.
Incomodou-me captar a quantidade de quase-crianças tentando conseguir uma “bala”. Entretanto, alegrou-me o fato de saber que ainda existem humanos tentando difundir uma cultura popular, arrebanhando para a batucada aqueles mais dispostos a dominar um instrumento.
Merecem um respeito maior sobre os demais homens, aqueles que tocam bem um instrumento. Então, apesar de ver os meninos buscando balas que não deveriam estar em bocas recém formadas, ainda assim, terá valido pelo batuque capaz de volver uma imagem antiga, quase apagada, que já ia longe como guardada em papel amarelado pelo tempo guardado.
Do que restou daquele comportamento dos tempos em que o carnaval era festa onde até os desatentos podiam se misturar, visto que não se perdiam de tal forma avassaladora como agora, vejo restar aquela vontade de uns poucos se misturarem ao emaranhado, buscando um estranhamento menor.
Como ficasse difícil, mas, por fazer parte da proposta de quem pretende o entendimento do mundo atual e suas formas de diversões, é mister misturar-se, camuflar-se, analisar sem ser percebido, não subtrair qualquer aspecto negativo, a grande maioria, daqueles outros positivos, atualmente bem tímidos.
Tímidos, entretanto, presentes. E porque viver em consonância com nosso tempo ainda é proposta ousada, desperta em alguns um apetite diferente, como buscasse um gosto ainda não experimentado...
Vale a mistura, guardadas as proporções. Vê-se uma linha tênue entre as pessoas, seus estilos de vida, suas vindicações, dividindo-as em largados por si só, abandonados pelo seu mais próximo, achados que buscam solidificar-se, enfim, as mesmas buscas captadas noutros carnavais.
Não fosse pela virada que a própria vida impõe aos seres humanos, a solidez que nos afasta de sermos os eliminados da vida, segundo Darwin, todos seriam iguais, capazes de se mostrar bem sucedidos, os que sabem o comportamento ideal numa festa. Até lembrei o “personal”em relacionamentos que ensinava até mesmo a dançar sem ser notado nas festas – não se divirta, e não seja mal visto pelo todo.
Percebe-se, pois, que o carnaval ainda não morreu porque existem os péssimos alunos de etiquetas de comportamento. Eles não temem uma crítica, independem de elogios, dispensam um rol significativo de “amigos” e resolvem por si fazerem a sua própria festa.
E existem outros ainda mais ousados, que não temem críticas, não morreram, nem são doentes do pé; portanto, seguem atrás do trio elétrico, não imaginando nem de leve para que sirvam as massagens homeopáticas ao ego, tão indispensáveis à maioria, posto não ter localizado o seu próprio ego que para nada lhes serviria.
Por tão grande riqueza desses mesmos outros mais ousados, é que lhes sobra uma dedicação exibida quando ensinam a quantos queiram, como brilhar na bateria com diversão e alegria, sem incidir necessariamente no dinheiro que todo o resto da população ignóbil, pensa ser a razão da felicidade que contagia.

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