UM PÉ LÁ E OUTRO CÁ – 10.05.10
Levanta sempre cedo. Olha-se ao espelho como buscasse algum defeito físico. Apaziguada que se fez com sua aparência, resta-lhe buscar falhas no seu interior. Ali se encontram alojadas um sem número de falhas.
Desfila por todas, perpassando uma a uma, questionando qual teria maior poder sobre ela, quase soberana, não fosse pelo medo que sente algumas vezes de ir, outras de ficar.
É assim que se sente por agora, quando tenta uma posição para justificar incógnitas que lhe ocorrem eventualmente não conseguindo explicar, chegando a temer contar a alguém que talvez pudesse ajudá-la a entender o que de fato lhe ocorre certas vezes.
É assim que se sente por agora, quando tenta uma posição para justificar incógnitas que lhe ocorrem eventualmente não conseguindo explicar, chegando a temer contar a alguém que talvez pudesse ajudá-la a entender o que de fato lhe ocorre certas vezes.
Então, transformada que se vê em buscadora, nunca abandonando a ideia de conhecer-se melhor, esbarra na oportunidade de tal conhecimento e nesta hora tem medo. Na sua ignorância provavelmente não tivesse, mas, advertida passou a temer pelo que descobrirá sobre si.
Por outro lado, invade-lhe a possibilidade de aquietação íntima, de conformidade por ser preocupada com todos os demais que só se preocupam consigo, com seu bem-estar. Questiona-se porque não é assim, tendo a mesma origem e mesma criação.
Quer entender o algo além das aparências, indisponível a quantos disto não busquem, mas não a ela, que disto necessita mais do que arroz com feijão. Sendo assim, não lhe resta outra opção que não seguir na sua busca.
Sabe que está procurando problemas para a cabeça. Queria simplesmente recuar e continuar simplesmente em busca dos seus interesses que lhe consomem o dia e parte da noite.
Provavelmente, assim estaria mergulhando num mar de confusão ainda maior. Suas questões não podem ser respondidas na sua origem, na sua escola, nos livros que lê, nas regras que postula ou recebe postuladas. Tampouco pode viver ao sabor das buscas daqui da terra, como fazem os normais.
Provavelmente, assim estaria mergulhando num mar de confusão ainda maior. Suas questões não podem ser respondidas na sua origem, na sua escola, nos livros que lê, nas regras que postula ou recebe postuladas. Tampouco pode viver ao sabor das buscas daqui da terra, como fazem os normais.
Admite-se anormal e busca entender sua anormalidade imperativa, que não dá tréguas impondo a não limitação para o pensamento. Este segue sempre na velocidade da luz, o que desencadeia toda a busca e toda a sorte de confusão mental.
Então, quando de repente encontra o caminho que pode lhe responder as questões, para e olha com medo, com dúvida, sem saber se segue. Por ser um caminho diferente, que exige entrega, causa medo. E ela coloca um pé lá e outro cá, permanecendo assim até ter certeza de poder retirar o pé de cá e saltar para lá. Ou o inverso.
Mas, o inverso causa-lhe desconforto porque ela tem mania de pensar antes nos outros, que podem não gostar dessa indefinição culminando com mais uma negação do antecedente que imperativamente determina seguir em frente, recusando ao status quo.
Novamente não encontra opções. Os caminhos que busca, em via de regra não admitem opções; daí a necessidade de um pé lá, outro cá. Consola-se com Cecília ao ter que escolher “Ou isto ou aquilo”.
Finalmente deduz que seu maior aprendizado consiste na exatidão da escolha, sem perspectiva de retroceder por dúvidas. É bom admitir de pronto que a dúvida cerceia a vontade mais íntima, estabelece intimidações que nos torna escravos da indecisão.
Marcadores: ou isto... ou aquilo... que difícil
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