julho 22, 2012

A CASA DE GOETHE - 22.07.12



            Num daqueles livros da biblioteca de Johann Goethe, do qual consta: “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor”, parece saído de um livro atual, mas saiu do pensador e filósofo Goethe, e consta da sua biblioteca hoje preservada no “Goethe Museum”, em Frankfurt- Alemanha.

Ali, na casa das sete janelas, compondo até hoje o que restou como tradição para os escritores e artistas, pode-se observar a imponência de um estilo que insiste em manter a atmosfera artístico-cultural do lugar.

Não por acaso, uma afirmação sua enaltece o valor exato da arte: “Não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte.” Então, com a incongruência que permeia o estado de ser artista, sabendo das vias tantas vezes de mão única, ainda assim, investindo em ideias, resta ali seu acervo preservado, intocado, cristalizado, haja vista toda a sua obra estar disponível em várias mídias, bastando um simples clic para inserir no seu contexto.

Advertências sábias em forma de pensamentos absortos vêm remeter à maturidade de quem dedicou a vida a escrever, escrever e escrever mais um pouco: “Não chegamos a conhecer as pessoas quando elas vêm a nossa casa; devemos ir a casa delas para ver como são”. Felizmente o hábito de visitar tem sido resgatado, ainda que seja através de um churrasco, uma comida e bebida, onde a pessoa é vista fazendo o que gosta ou detesta.

 “Coloca na cabeça perucas com cem mil cachos, coloca nos pés coturnos de um braço de altura, continuarás sempre a ser o que és”. Com pequenas adaptações para as prioridades atuais, um alerta datado dos anos 1800 acerca da valorização do eu pelas coisas externas.

Confirmando tal posição: “Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa de fora”. Eis a questão recorrente, sempre atual e presente no cotidiano de quaisquer tempos. Daí, como conclusão ante tanta preservação do que nos alerta sobre ser melhor como ser humano observando a arte, resta saber que o caminho sempre passou pelo nosso interior. Nós é que eventualmente nos esquecemos disto, indo buscar sabe-se lá o que, em algum lugar desconhecido.

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