PEDRO - 01/05/12
Enquanto pensava já ter visto tudo que pudesse entender e aceitar, vi ontem ao entardecer a prenunciar mais um inverno, que alguns meninos sobressaem-se na tarefa de encantar. Encantam bem mais que serpentes; encantam ao bicho homem, e à mulher, um tanto mais exigente e observadora.
Os “Pedros” têm naturalmente maior poder de atração e sutilmente, grande vivacidade.
Foi o que confirmei ontem com mais um Pedro que desfilou bem diante dos meus olhos sua grande intimidade e respeito para com os animais.
Ele não tem medo de cobra, jacaré e sapo; até comprou um sapo enorme por dez reais, e na sua inocência de cinco ou seis anos, pensando realmente poder levá-lo para casa e alimentá-lo com seus insetos prediletos, como fizera com vários outros conforme afirmava sua mãe.
E a genética, uma vez mais veio confirmar que características assim sutis também são herdadas, senão pelo ADN e ARN, ao menos pelo exemplo paterno e materno como acredito ser o caso do Pedro.
Encanta os quantos se curvarem, rebaixarem-se ao seu pequeno tamanho de menino, com vontade e disposição ao perpassar para o seu mundo que deveria ser o mundo real, normal, dedutivo sem ser absoluto sintético.
Entretanto, o que se percebe é que a maioria dos adultos não está apta para a convivência com meninos de curiosidade assim aguçada, não se envergonhando de pedir agrado, afago e um pouquinho do seu tempo para contar e ouvir uma história, um relato que pode ser real ou ficcional.
O que temos de concreto com relação aos animais atualmente, são uns coitados tentando adaptar-se à vida doméstica, faltando apenas aprender a escovar os dentes e a utilizar o vaso sanitário para finalmente serem mais queridos, já que não falam, não discutem, não dão outra sorte de dissabores, uma vez que aceitam cabalmente serem propriedades de seus donos.
Muito mais interessante é assimilar o convívio de animais com crianças, sobretudo meninos, embora já tenhamos notícias que já vêm tarde, de meninas indo ganhar seu espaço no mundo animal.
Tenho sincera curiosidade por descobrir o que eles comem para serem assim diferentes, já que todas as minhas tentativas de aproximação de crianças e animais não ultrapassaram a fase da apresentação: crianças, esse é o cão; cão, essas são as crianças!
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