junho 25, 2012

ALICE E ELA - 25.06.12


            São elas assim, como irmãs siamesas, não fosse pelo fato de ela ter criado Alice à sua imagem e semelhança. Ela se utiliza de Alice, jogando-lhe a culpa pelo que não quiser assumir. Por não ter uma irmã com quem dividir tal culpa, já que aquela que tivera não está mais entre os vivos, então criou Alice (brincadeira de Deus que as crianças sempre fazem).

            Sabe que incontinenti continua o “Alexandre Câmara”, sobre a mesa, esperando para ser acariciado, degustado, devorado em toda a sua essência processual civil. No entanto, isto pode esperar posto que as férias, “vancances, vacation, vacaciones” esperam por ela.

            Capitais e aeroportos estão para ela assim como Ela está para Alice, embora a última tautologia não se reconheça verdadeira invertida. Enfim, é o que ocorre com os pais que são mais, embora não devessem sê-lo para filhos crescendo com a noção da realidade sem foco. Assim pecam os pais...

            Peca também todo o resto do mundo que por ora espera uma geração de crianças especiais, responsáveis pela mudança que todos ansiamos até o final deste ano, e para a qual não movemos uma palha sequer. Que sobrecarga desumana!

            Marcar datas para não serem cumpridas é outro divertimento dela, erro que costuma atribuir inadequadamente a Alice. Também, Alice não sabe contestar, peticionar, contrarrazoar, nada disso pertence ao seu universo. Mas, ela (a outra) sabe e o faz com uma propriedade que supõe ter origem no fato de gostar de escrever, escrever e ler, e ler...

Assim, ambas vão se misturando em posturas e ideais, não sabendo ao certo onde começa e termina exatamente a vontade de cada uma. Por agora, é suficiente saber-se de férias e reconhecer que poderá não executar algumas tarefas autoimpostas. Provavelmente ela colocará a culpa em Alice, já que não se dá ao luxo de ficar à toa. Tal premissa é falsa, se considerarmos que trabalhará enquanto descansa, escrevendo talvez, sobre tribunais longínquos, com vontades diferentes da justiça daqui, que se ocupa de cuidar sobre como embasar em lei o não julgamento de uma CPI, por exemplo.

           

           

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