QUANDO OS FILHOS VIRAM PAIS – 06.02.11
Acontece gradualmente com a idade dos pais aumentando. Entretanto, nosso despertar como filhos demora um pouco para acontecer. E então, num belo dia você percebe seu pai menos imponente, cabisbaixo.
Sua mãe parece alheia aos novos aprendizados ainda essenciais, porém, não mais para ela. Importa-se bem menos com suas coisas materiais e pessoais que até ontem ela cuidava a contento.
Triste é perceber um sem número de famílias, cheias de membros prontos a ajudar, desde que tenham uma recompensa. Aí a gente pensa naqueles pais que não têm renda. Como ficam os seus cuidados?
Cada um deve dar conta de cuidar dos pais da melhor forma que puder, sobretudo quando estes começam a desanimar gradativamente das suas coisas, da sua vida.
Não podendo, devem então facilitar para que as coisas deles sejam resolvidas sem grandes esforços como se impunham em outros tempos. Isto seria o mínimo a se fazer para amenizar fases da vida que não demoram tanto para chegar.
No mais das vezes, o que ocorre é que devido à fragilidade exposta diante dos familiares, dificilmente vem uma ajuda espontânea, desinteressada. Para socorrer os pais que não podem mais administrar seus bens, aparece a figura do filho administrador, que toma para si um salário por tal encargo.
A forma convencional que qualquer pai espera é de uma atenção gratuita, por simpatia, o que nem sempre entende-se viável no âmbito familiar devido às rusgas e desavenças, talvez.
Um filho há que pensar então que esteja praticando um ato que faria até mesmo a um estranho. Por que não a um pai? Ainda que o histórico familiar não venha a colaborar com esta posição, a gratidão pelos acertos é uma parcela que pode ajudar no ânimo daqueles que já não têm a força e a disposição de outros tempos.
Desta forma, a justiça, sobretudo a gratuita, teria muito menos casos deste tipo diante de si, sem oferecer garantia do cumprimento do dever, uma vez que na justiça nem sempre ganhar é obter.
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