POR DETRÁS DE MIM – 12.09.10
Pensei ter medo do que vai dentro de mim, daquilo que não domino, que me é desconhecido e ao mesmo tempo sobrepuja minhas vontades certas vezes. Pensei que as coisas ocultas em mim pudessem me causar maior receio do que pode o próprio homem quando quer.
Entretanto, em algumas experiências de campo pude observar daquilo mais secreto que pode acontecer-me, qual seja o que me vem por detrás. Não seria difícil explicar, mas seria difícil entender. Para mim o binômio ensinar/aprender deve ser completado, senão, qual a graça?
Mas, o que vem por detrás de mim não sou eu. É alguém que precisa falar, entender onde está, valendo-se de um corpo como eu me valho das inteligências que cruzam meu caminho, ao perceber que posso delas utilizar-me.
Penso que, ao aprender a utilizar-me dos outros, vejo-me igualmente utilizada por aqueles que me reconhecem como facilitadora de aproximações de quaisquer grandezas. Sendo grandezas diferentes, o princípio a ser aplicado não é comum em qualquer literatura. Também não encontro aplicabilidade nos livros da faculdade.
É quando vou para a vida, aprender com ela, com pessoas anônimas e fora do meu círculo normal de convivência. E tento entender qual força é essa capaz de chegar por detrás como fosse meu amigo e ali permanecer, mesmo sem me conhecer.
Não me sinto traída nem usada contra minha vontade. A permissão é tácita. Ele sabe que pode entrar e o faz rapidamente, de modo a não causar-me cansaço. Trata-se apenas de uma simbiose em que ele fala o que precisa e eu escuto, exteriorizando suas dúvidas, descobertas, caminhos pelos quais nem imaginava passar. A mim resta uma satisfação. Como não acreditasse na bondade humana pura e simples, considero o que há por detrás dela. É o mesmo que há por detrás de mim; uma troca de necessidades humanas que não são totalmente físicas nem químicas. São apenas necessidades.
Ninguém é bom porque pratica a caridade. Se pratica é porque já conhece os segredos da causa e efeito e da ação e reação. Existem nas coisas espirituais muito temor pelo errado. Este temor vem camuflado ou confundido com bondade.
Talvez, essa ótica por sobre a realidade seja difícil de ser explicada e compreendida. Mas, se servir para questionamentos, por certo me levará a entender as trocas existentes ao abrigo do dinheiro e de qualquer materialidade que se tenha notícia.
Tenho descoberto sem choques e traumas, que existe um novo nicho do mercado funcionando como o financeiro, sem contudo lidar com valores materiais. Mas, não deixam de ser valores. Do ponto de vista monetário, trata-se de grandezas incomensuráveis, não exigido diploma, especialização, nada desta ordem. Exige-se o aprendizado com a vida.
Mas, creio que até para ser bom e caridoso é mister ser prudente, comedido, desinteressado. Lado outro, haverá de parecer falso, interesseiro, pagamento de promessa, troca de favores. E numa troca de favores está presente um determinante que aponta lucros e perdas de ambas as partes.
Assim, a melhor maneira de absorver para si segurança, saúde, equilíbrio, sobriedade e todo o resto material que completa a felicidade das pessoas, parece ser o graus de abertura com que entregamos nosso corpo ao mundo. Para tanto, há que se valer de uma consciência acerca do certo e permitido, daquilo errado e proibido. Atentado para isto, abrir-se sem medo é das melhores evoluções que pode o ser humano ousar. Requer coragem ao sair do seu abrigo seguro. Mas, advirto, a satisfação é ilimitada.
É o que tenho observado em certas crianças que se entregam para as descobertas com uma curiosidade ímpar, deixando-se tocar e tocando, perguntando e respondendo até entender, sem exaustão. Chamo a isto a autêntica evolução do ser humano.
Espero pelo dia em que possamos ter nas escolas, disciplinas capazes de teorizar informando os caminhos da evolução em busca de seres senão melhores, ao menos mais atentos quanto àquilo que não podemos tocar, prender ou possuir por perspicácia e conhecimento espiritual do mundo a nossa volta.
E teremos aprendido que somente o dinheiro e a fama não são por si sós, capazes de aplacar todas as nossas necessidades; e para essas outras necessidades, teremos que aprender que estas não são buscadas segundo nosso quociente de inteligência ou habilidade para projetar a carreira, mas, por fatores que ainda restam ser catalogados e classificados como genéticos ou adquiridos, porém, com a certeza de que são não manipuláveis.
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