setembro 26, 2010

ESQUERDA E DIREITA EM DESCOBERTO – 26.09.10

Remonta talvez, desde os idos tempos em que Alice teria que definir a sua esquerda e a sua direita, provavelmente não bem feito, devendo tal fato desencadeado constantes aborrecimentos ao longo da vida.


As pessoas deparam-se com a necessidade de definir rapidamente se virar à esquerda ou à direita. Somando-se o fato de ser uma decisão praticada em milésimos de segundos, aí então fica mais difícil a tomada da decisão correta.


Ao memos na ética de Alice tal efeito não teria repercutido, já que esta cresce tanto quanto mais conhece o tema. Mas, existem pontos controversos os quais Alice não conhece em profundidade, qual sejam, a implicação na sua vida real, administrativa e cansativa por consequência obvia.


Então, devido a esta deficiência de definir esquerda e direita rapidamente, ela percebe efeitos nestes dois lados do seu corpo com predisposição à desproteção. Ora, guardar o corpo na frente e atrás, na esquerda e na direita seria sua proteção total. Seria o que todo mundo quer.


Mas Alice quer mais. Ela quer descobrir por onde se fragiliza ao ponto de fazer-se espelho para as pessoas mergulharem na sua alma. Uma vez mergulhados a festa é total. É quando ela se entrega para a solução de problemas alheios, desgastando-se ao perder noites de sono buscando arregimentar ideias para assuntos que não dependem da sua busca, vez que impera a vontade direta e exclusiva dos seus donos.


Então ela deduz que pela sua esquerda perpassam as possibilidades negativas; um aprendizado cristalizado na infância que perdura por meio século. Entretanto, pelo lado direito, quando na sua exaustão total, transitam energias positivas e precavidas que emitem apitos nesta hora.


De posse dessas duas aberturas as quais tem como anjo bom e anjo mal a notear seu caminho, erra apenas quanto à hora e a vez de cada um assumir a prioridade na vontade de Alice; isto quando não ocorre da vontade dela sobrepor-se às duas e ela não dar ouvidos a nenhuma. É a sua derrocada. Normalmente isto não presta.


Assim, ela tem definido e aceito no seu íntimo que dar ouvidos às intuições vindas pela esquerda e pela direita é sinal de que deverá cruzar o grande oceano sem riscos, o que aliás, não faz se os hexagramas não autorizarem.


A sua direita merece respeito porque controla seus ímpetos de vida feliz, impossível para ela sem a exatidão dos números, o planejamento e a determinação; são os ingredientes que a tem movido até aqui. Foi por eles que não se perdeu ao virar a esquerda equivocadamente. É que sempre havia a direita para opor-se quando errava.


Alice nota que, quanto mais força dá para esses dois polos abertos para o mundo ora admitido não ser tão grande assim, mais ela aprende sobre a vida prática. E quanto maior a sabedoria, tanto menor a incidência de erros.


Aí vem o lado esquerdo avisando que não erra quem não arrisca; e que a vida sem riscos é sem graça. Para apaziguar dois polos opostos, nada melhor do que se entregar a eles com a confiança de que irão tomar conta da melhor maneira.


Vem novamente o confronto com a realidade de viver, fazendo dela uma escolha imprecisa. Imprecisos são os meus, os seus, os nossos caminhos, conclui Alice. Imprecisos são nossos progressos que se fazem a custa de muito labor e pouca diversão. E tudo isto somado, faz com que atribua graça e confiança as suas horas sem música, tinta, arte, vinho, viagens e amizades desinteressadas; com que concordam seus dois lados nem sempre antagônicos...

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