outubro 21, 2012

ARTE VIVA - 21/10/12


Percorrendo as ruas da cidade no sábado pela manhã é quando se tem a ideia do quanto esta se desenvolve em um curto espaço de tempo. Assim, num ponto central já se pode ver exposta a arte viva do homem de prata.

Não diferente de qualquer lugar do mundo, esta arte bem popular em cidades turísticas tem despertado o interesse em parar e observar por crianças e adultos.

Os danos por que passam a pele e os cabelos de quem se aventura nesta arte são insignificantes se comparados com o exercício de “estatualizar-se” já que esse verbo acabado de nascer não tem o dom de conjugar-se tanto quanto esta arte denotando uma imensa necessidade de concentração. O que ajuda é a curiosidade da população em reconhecer a pessoa ali camuflada, levando-a de quando em quando a “desestatualizar-se”.  

O poder de atração de tal arte parece ser consistente no fato de que todos nós, em graus diversos, temos o desejo de lançar mão de um raio paralisante que possa impedir ações, congelar emoções e interromper o tempo, esse que dita suas leis sem acordos nem parcimônia.

Com tamanho poder quem precisaria de dinheiro para ser feliz? E nem precisaria ser de prata nem de ouro. Bastaria ter o tempo ao seu dispor e tudo mais lhe seria acrescentado. Até parece distorção literária cristã, porém, vem com o cunho natural de sobreposição que o tempo atualmente costuma nos impor a todos.

Então, o que surge naturalmente como diversão, forma de arte, de sustentação, de treino neste mister, adentrando apenas no fascínio que isto propicia, tem-se ali, numa rua central da cidade, uns breves segundos paralisados diante da arte, tendo aguçada a vontade de paralisar também o tempo e tudo que nos for conveniente.

E para quem provoca tamanho efeito, enquanto é observado reluzindo-se em prata, brinca de senhor do seu próprio tempo, fazendo-se alvo de toda a curiosidade humana sem ser animal preso em zoológico nem tampouco ser obrigado a nada além de instigar o desejo secreto do ser humano de paralisação do tempo e da vida.

 

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