maio 08, 2011

VERBO RECALCITRAR – 08.05.11


Definitivamente não é verbo que conjugo, tampouco consta da lista dos mais estudados naquelas horas em que me falta assunto por narrar. Porém, eventualmente tenho sentido falta de ser eu, de comer o que eu gosto, de andar por onde escolho, e falar com quem quero.


Por um desses caminhos tortos que passamos quando aprendemos, sabe-se lá com que professor e sua didática disforme, não entendo muito bem a lei de causas e efeitos. Mas, enfim, eis me novamente aprendiz. Devo ser recalcitrante contra a própria vontade. Para tanto, começo arregimentando um sonho de liberdade que talvez possa me endividar para o resto dos meus dias.


Sempre fugi das contas longas; tenho das aprendizagens sobre economia que esta seria a pior hipótese para uma pessoa inteligentemente alterar o curso de sua vida rumo ao progresso.


Tenho para mim, dada à premente situação que me impele para longo e temeroso débito, que por detrás disto existe um propósito. Quem sabe não seja este capaz de atenuar meu medo inexplicável da miséria, cujo bafo pouco agradável tenho sentido em dias que se alternam com confiança de que tudo não passa de mera impressão. Nesta alternância, o que resta é aprender a enfrentar. Para tanto, valho-me agora da característica recalcitrante que me falha, que me impede de dizer a verdade e trabalhar apenas segundo a capacidade máxima da normalidade.


Busco nos outros esta normalidade que não vejo em mim. E não encontro. Então, parto rumo a mais uma aprendizagem. E nesta transformação, as coisas me parecem mais fáceis, menos temerosas do que de início. Chama-se a isto a capacidade de travestir uma situação complicada por outra menos pior. E isto eu faço bem.


Assim, porque mais uma temporada de expiação vai sendo transposta, porque a vida não para por causa desses acontecimentos contrários a nossa vontade, e porque eu devo aprender alguma coisa que ainda não descobri exatamente qual seja, penso uma vez mais: “vamos seguindo com a caravana, enquanto os cães latem...”

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