EM ESTADO DE ALICE – 08.11.09
“Alicemente” ela acordara hoje. De posse da Alice, repensa o que há para se viver por agora, além da sensação de satisfação depois de vista sua estampa escancarando um sorriso de alma lavada; e olha que Alice nem é de rir muito fácil. Talvez por isto, aquela risada da foto repercutisse por detrás, um acerto de contas dela com ela mesma.
Está acostumada a impingir-se tarefas burras, inteligentes, neutras, sacanas, monótonas, exaustivas, coercitivas, asquerosas, cancerígenas, aromatizadas artificialmente, insossas, inodoras, enfim, as piores tentativas para as horas de domesticação do ego, da falta do ego, da exacerbação dele, bem assim, da falta de apetite, da comida sempre leve, sem gordura, sem sal, sem açúcar, culminando com e sem afeto também.
Aí, Alice surpreendeu-se consigo mesma ao ver que nem mesmo suas técnicas de defesa pessoal puderam barrar o sorriso escancarado de alívio, como que dizendo “estou livre, quem manda em mim é o meu nariz”; ao menos é para isto que tem aplicado na sua corrente sanguínea, doses sucessivas crescentes de auto-confiança. Parece que deu resultado.
O mais interessante, relembra Alice, foi que andou treinando pelos corredores do seu trabalho a sorrir. Uma colega de trabalho, ao cuidar da limpeza do corredor, por iluminação dessas que vêm não se sabe de onde, olhou Alice transitando com a cara de meditabunda mergulhada nos retângulos longitudinais do chão, resolveu a especial limpadora, limpar também aquela aura que transita e brinca quando se cumprimentam, seguindo depois muito séria.
Assim, Alice está acostumando a colar seu sorriso cujos dentes estão sempre muito alvos e que injustificadamente permaneciam escondidos. Ambas sempre riem muito ao se cumprimentarem e Alice continua rindo por uns bons minutos depois.
Foi providencial tal exercício para ela que tinha uma foto no meio do caminho. Treinada que se fez, seu difícil e contido riso explodiu num misto de encantamento pessoal, que Alice até agora indaga mais uma peculiaridade no meio do seu caminho, sabendo reconhecer, acatar e praticar todos os conselhos, sem exceção, que costumam se alinhar no seu caminho.
E para confirmar que vale a pena investir nos conselhos vindos de todos os lugares, até mesmo do corredor do seu trabalho, ainda que de gente cujo contato ficasse restrito àquele lugar, ainda assim vale acreditar. Espontaneamente são colaborações para quem se fizer apto a captar fazendo surgir bons momentos para ser feliz, lavar a alma, escancarar alegria, fazer-se mais bonito pela felicidade sem nem assustar-se com isto, comprovando que aprender é conjunção de habilidades específicas.
Afinal, quem não se intimida com as piores provações externas, e na ausência destas atribui suas próprias formas de expiação, não pode ficar simplesmente impedida de assumir-se feliz por medo da efêmera duração deste momento. São todos momentos. São bem vindos, cada qual com a duração que o merecimento atribuir. Que venham, pois, e que saibamos apreciá-los!
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