fevereiro 12, 2013

NOS DIAS DE FOLIA - 8/2/13


            Hoje é sexta-feira “Friday-Vendredi”, dia de limpar. Ao som de “mulher sem razão” à la Calcanhoto, olho a romãzeira mal se aguentando de tanta fruta, algumas se abrindo para o sol, deixando enquadrada na janela da cozinha a imagem que pensava ser aramaica, sabendo agora tratar-se da maçã de Roma.

            Na fruteira, as romãs postas meio abertas, amadurecidas no pé graças às chuvas que nesta época sempre excessivas, causam o apodrecimento de tantas outras.

            Enquanto tomo meu café, recebo em visita a inspiração, numa hora nem tão apropriada, porém, esperada nos momentos mais inusitados, arrebanhada bem ali, junto ao visual observado por entre os retângulos da janela. Sempre bem-vinda que é, entra e toma café comigo ao alento da boa música, além da solitude necessária para que se materialize nos meus dedos.

            Materializada que se fez, tenho por bem não contraria-la indo ter-me com a tela alva, a espera de algo que a preencha aquecendo meu coração como não o fazem demais fatores externos.

            É carnaval e também no meu coração. Quero a rua, gente por perto.  A alegria terá encontro marcado comigo por ser o melhor momento do ano para tal. Quero populares ao redor, sem nada de mais sério a pensar, nenhuma pendenga por resolver, sem embargo nenhum da fantasia.

            E as romãs continuam ali, paradas, esperando a hora de serem apreciadas. Por agora é urgente ser feliz. Porém, sem aditivo outro além do bem-estar interno, a alegria que até pode ser encontrada em garrafas no supermercado mais próximo, veio hoje ter-se comigo fazendo-me entender definitivamente esse gosto pelo caminho mais árduo.

            Difícil tal qual se apresenta, colo a alegria na minha cara e saio à procura de um símil que também já a tenha colado. Exceto pelo aditivo etílico, não vejo nada similar ao redor. Amplio o “zoon” e nada.

Constato que o caminho mais fácil faz a cabeça da maioria. Cansada da busca pela alegria “in natura”, desisto seguindo única com a minha melhor alegria, porém, imersa em todo o resto etílico que se abre diante da minha curiosidade ante este fenômeno a tomar conta dos meus amigos, tornando-os mais interessantes, falantes e aptos a relatar suas culturas e experiências, além daquelas que só vêm à baila etilicamente... Talvez o tempo gire diferente nos dias de folia. Talvez...

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