outubro 16, 2011

BRINCANDO DE ESCONDE-ESCONDE – 15.10.11


Ante sua dificuldade peculiar de escolher, esconde-se. Começa sem parecer brincadeira e depois, sem a menor timidez transforma-se em esconde-esconde. Só vai se dar conta mais tarde, quando se pergunta porque uma vez mais escondera de si mesma.


Tem estado tão bem escondida que nem mesmo ela própria se encontra. E assim, o que deveria ser brincadeira passa a ser sério, impedida que se vê de estar diante da sua verdade.


O melhor dessa brincadeira é encontrar, pegar. Mas isso ela não consegue fazer ainda. Lembrou-se da advertência que deve fazer sobre a sua pessoa não ser de confiança.


Não sendo, por certo haverá de incitar, enredar, mascarar, e tudo mais que puder para não confrontar-se com um espelho capaz de ver seu íntimo. E o que esconde esse íntimo?


Ela não sabe. Sabe apenas que precisa descobrir certas coisas que até então não tinham que mostrar as caras. Mas agora essas coisas têm sido chamadas. E vem junto uma necessidade de autoconhecimento.


Começando um exercício de confronto com a verdade, ela admite nesse momento o seu duplo pavor diante das cigarras. O primeiro se deve ao fato de elas somente cantarem e sugarem a seiva das árvores. E o segundo, pela gigantesca proporção da cigarra negra. Parecem saídas do filme “a mosca”.


Ela se lembra do tempo em que cigarras eram pequenas e não metiam medo em ninguém. Agora, precisa de vassoura para matar. Sem falar nos olhos que parecem microscópios giratórios. Que não ouçam os biólogos, por suposto.


Exercício de casa feito, entende agora que a história de um passo de cada vez vale para tudo e, em especial, no caso dela que quer transformar os seus dias em dias comuns, daqueles que não tenha que convencer ninguém de verdades ou mentiras, tampouco convencer-se de que é boa, média, ruim ou péssima.

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