outubro 03, 2011

PARA ALGUÉM CUIDADOR – 03.10.11



Ainda nesses dias existe alguém assim cuidador. E com tão pouca idade que chega a assustar. É alguém que se preocupa sobre como os amigos estão indo, ao ponto de ligar casualmente no meio do domingo para saber: como vai? E o inglês, continua estudando?


Sabe quem mais quer saber coisas assim? Ninguém! Exceto alguém especial causa prazer de conhecer, estendendo pelo resto dos dias, como o sol que pintasse de amarelo a camisa do Vlad Maiakósvisk, cuja tela ainda relembra alguém que se preocupa com os distantes.


É constrangedor, mas alguém assim costuma instigar buscas mais profundas sobre seus defeitos. Onde estariam estes escondidos? Ah, já sei! Provavelmente em alguma gaveta de chave, onde ele costuma trancar seu lado “bandido”, “Maléfico”, como bem ressalta o André Santana no seu humor que agrada de forma geral por não pretender ser bom a despeito da dura realidade em que todos vivemos.


Mas, para alguém cuidador esta é uma postura natural, cordial, normal, como não é para todo o resto da população. E para que tal conduta não seja aviltada pelo meio, tento enumerar uma lista de exercícios capazes de imunizar qualquer tentativa externa para o mundo dos normais “bandidos”.


Não encontrando tal lista, penso no karma, e em outras teorias que explicam a necessidade de convivência com pessoas que tomam seus sucos de canudinho para não terem doenças, e que ainda assim acabam tendo.


Se fosse conseguido equacionar a mente humana, talvez tivéssemos a verdadeira noção de que o que move o mundo não são as perguntas tampouco as respostas, mas, os atos praticados sem interesse, ou com interesses que ainda assim não diminuem nem transgridem os gestos.


De resto, indago o critério de escolha dos cuidados recebidos diante do nada feito por merecer. Eis aí uma questão igualmente instigante: quem merece de fato ter um amigo especialmente cuidador? Seriam, talvez, as pessoas que praticam o bem. Não exatamente. Existem aqueles que o praticam para amenizar suas maldades mais intrínsecas, aquelas das quais não conseguem evitar por nada nesta vida.

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