CAMINHOS- 07.08.11
Elas são daquelas amigas como se vêm muitas hoje em dia. Continuam sendo por insistência de uma. Além de serem colegas de trabalho que a partir de então não mais se suportam quanto antes.
Mas ainda assim, uma delas insiste em manter laços. Entretanto, o desvio de olhares e de conversas de uma serve de alerta para a outra que algumas vezes ignora, outras vezes finge não entender direito a mensagem para que se afaste.
Entretanto, ambas sabem das seqüelas por que deverão passar se acaso insistirem nas farpas de uma para outra. Estão cientificadas do retorno que isto pode desencadear. Eis então, a forma perfeita de harmonia para o que não está mais harmônico como antes.
Trata-se de inimigas politicamente corretas. Uma, dada à ambição desmedida com ataques otomanos que não cabem na bolsa, por sinal cheia de inutilidades. Outra, com ataques de ira para além desta esfera devido talvez, ao contingente de problemas por que passou, viabilizando soluções das mais difíceis para uma mulher, ainda que seja para esta mulher que se supera quando o assunto é problema.
De mais a mais, o que se verifica olhando daqui do lado confortável “de fora”, é que uma suporta a outra na tentativa de minimizar sua ambição desmedida - é como se tentasse enganar a Deus mostrando suas qualidades de bom coração, enquanto ataca na surdina em busca de tudo que é seu, seu e somente seu.
Já a outra, para a qual dinheiro vem depois de muitas outras realizações pessoais, com destaque para a tranqüilidade interior, ao ver abalado este quesito quando observa seus gestos imitados, copiados, não entende bem porque seu comportamento tão discreto possa ser alvo de imitação.
Analisando mais detidamente as duas personalidades que se confrontam, percebe-se uma dose de escracho em uma, de tal sorte que não teme tanto ao Deus, não busca justificativa para seus atos nem vive da aparência porque reconhece que isto lhe seria de pouca valia.
Já a outra, que usa de artifícios para esconder seu lado perverso, torpe e ambicioso, necessita de doses homeopáticas de perdão, o que faz sempre de forma que todos quantos sejam do seu convívio reconheçam nela a madre Tereza de Calcutá encarnada e escarrada.
De resto, por inferência, deverão em breve superar o trauma da confiança quebrada buscando uma forma pacífica de se considerarem apenas conhecidas obrigadas a tal convivência num exercício de paciência e de bondade que costuma permear a alma feminina.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home