CASA ASPIRADA
Casa aspirada, mãos ressecadas, alma descartada... Por ser “Friday of may” e por anteceder certo aniversário, Alice busca conforto na sua casa aspirada “in Friday”, com as mãos ásperas e o coração demonstrando mais um descarte em plena sexta-feira.
Por ser sexta, arregimenta para logo mais uma sessão bate-papo. Por ora, justifica a sobremesa depois da refeição quente rodeando a boca até esfriar para então engolir. É que suas panelas ou são de barro ou são de fundo duplo em alumínio inox. Mantêm, portanto, a comida fervendo do jeito que Alice aprecia. E aprecia também este dia dado em presente para entender porque as pessoas nutrem o sabor etílico para desvencilhar-se de problemas insolúveis.
Insolúvel é a vida que nos mostra sua cara famigerada, esfomeada, afoita por devorar-nos, saborear ao molho “curry” que cai tão bem no frango, lembrando aqueles frangos de tempos idos que não mais se somam.
Mas hoje, especialmente hoje, Alice resolveu através de um cognome ou coisa que o valha, destituir as pessoas de criticar ou de questioná-la a que veio. Ela cavalga sobre a afirmação de Miss Lispector que já avisava “escreva o que quiser, sem satisfações, sem importar-se com o que pensarão de você, seja você”.
Então, ao som de Alicia Lleyc- soys in A maior, ou qualquer coisa nesse sentido, o que escreve se constitui agora na sobremesa da sexta-feira, com comida muito quente, posições por remoer e bate-papo logo mais à noite, se for de falar. Caso não seja, há que ter comida boa, bebida melhor e muita vontade de esquecer o que ainda não pôde ser resolvido.
Um exercício prático que visualiza uma mostra justificando porque as pessoas bebem e são enganosamente felizes até que lhes sejam estourados o fígado, um rim, ou coisa pior.
Como a sobremesa fora farta, daquelas que equilibram a dose de sal além da glicose, e como viver se mostrasse urgente tanto quanto essa mesma sobremesa que abstraiu o açúcar sem sofrimentos e sem amolações dessa grandeza, então, a hora é de terminar a limpeza devendo estender-se até a alma que eventualmente afirmará a falta de algo para completar essa refeição – talvez uma mensagem, um e-mail, um telefonema, talvez...
E como fosse “Friday”, o dia inspira uma maratona por terminar, um sol por observar e uma grama que embora não aparada, porém, de alma macia, reflete jabuticaba pretejando fora de época; apenas porque aqui as coisas antecedem seu curso natural acontecendo independentemente da nossa vontade.
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